sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Compartilhar é perder poder?

É interessante isso, pois toda vez que participo de algum debate, curso, palestra…sempre aprendo algo na interação.

Antigamente, tínhamos uma realidade diferente.

Quem detinha a informação, tinha o poder e não compartilhando aumentava o seu domínio sobre determinada área ou assunto.

A informação, de certa forma, não circulava e você passava a ter um valor acumulado, colocando-a dentro de uma gaveta, da qual você tinha a chave bem guardada no fundo do bolso.

Hoje, há um ambiente distinto.

A informação deixou de estar trancada. Há um fluxo constante e cada vez mais rápido.

O problema se inverteu.

Não é mais o fato de se ter a informação que traz o poder, mas como eu consigo com o que sei, “pescar” o que existe na rede, juntar com o que tenho e transformar aquilo em algo útil para o que está a meu redor.

Ou seja, a visão antiga de colocar na gaveta, pelo contrário, ao invés de ser um símbolo de poder, é uma perda de status, pois rapidamente aquela informação tende a perder cada vez mais o valor.

Compartilhar e estar no centro do compartilhamento, nos leva não mais a perder, mas ganhar o tempo todo, no ritmo que a rede exige, ou seja, up-to-date com o processo, se me permitem usar o inglês.

Dessa maneira, a questão sobre otário ou calaborador, se aprofunda aqui do artigo passado. Pois, na verdade, o colaborador inteligente é aquele que está o tempo todo colocando o seu conhecimento à prova e evoluindo-o com o que há de mais novo naquele campo, não deixando que aquilo que ele sabe perca o valor.

No ato de compartilhar, percebo algumas vantagens, que vou listar aqui e pode ser complementado pelos comentários.

1) saber o que as pessoas que estão tomando contato com o tema abordado pela primeira vez pensam sobre o assunto, o que poderia nos mostrar um certo senso comum, o que nos ajuda nas próximas vezes a calibrar o discurso;

2) as pessoas trazem problemas novos, questões que a inquietam sobre aquele tema que não tínhamos, a princípio, pensando que nos obriga a ver a questão sobre um outro ponto de necessidade;

3) novas informações e dados sobre algo que ainda não sabemos;

4) pontos de vista distintos sobre a maneira de abordar o problema;

5) poder de articulação de idéias e de novos pensadores que nos tiram do nosso eixo.

Portanto, quando você traz uma idéia, você compartilha, na verdade, você soma, como estamos fazendo aqui agora. Não é 1 - 1, mas 1 + 1. Por isso, que estou convencido que a idéia antiga de que eu não devo compartilhar ou colaborar, pois estarei perdendo poder, se inverteu hoje.

Poderia responder agora ao Henrique Antoun de forma mais contundente a questão do artigo passado: colaborador ou otário?.

No fundo, o otário é quem tem uma visão antiga sobre o guardar para si a informação.

Diria que existem, talvez, dois tipos de colaboradores. O ingênuo que percebe a necessidade de colaborar, mas ainda não encontrou o lugar certo. E o mais malandro que já passou pelas duas fases e encontro a sua turma e está fortalecido pela inteligência coletiva.

Que acham?

Fonte: cnepomuceno

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