Neste ano, em Pequim, durante as olimpíadas, vimos serem colocados tapumes em lugares e situações desconcertantes para as autoridades do governo chinês.
A origem da palavra "fachada" é chinesa.
O engano alcançou tal dissimulação que a palavra falada transformou-se em mero meio de atingir os interesses ocultos e, às vezes, zombeteiramente assumidos.
Antes, bênção ou maldição proferida era decreto, e cada um era justificado ou condenado por suas palavras. Acordo verbal não precisava de assinatura nem firma reconhecida. Hoje, nem gravação de voz vale como prova.
O plano do mal é este mesmo:diluir e diminuir o impacto da verdade. Desvalorizar o "logos" Jesus.
Jesus já havia alertado seus discípulos para acautelarem-se do fermento dos fariseus - dissociar o falar do fazer (Lc 12).
Isto tem atingido tanto o povo que muitos pensam que o citar de versículos como um mantra os põem na posse das promessas. Mas nunca encontram descanso, não crêem de fato.
Outros vêm a frente para receber orações místicas, cujo recebimento só é garantido e está inapelavelmente atrelado à obediência à verdade da palavra.
Eu que leio, ouço, medito, penso, prego e escrevo, temo por mim mesmo. Temo que a palavra torne-se para mim, um fim em si mesma.
Temo chegar a constatar que gente que pensa, só pensa.
Temo que, como diz o ateu não assumido Millôr, livre pensar é só pensar, que os pensamentos sejam apenas devaneios e elocubrações da alma e não forjado nas oficinas de dores, nem experimentado nos trabalhos, nem sopradas pelo Espírito.
Senhor, tem misericórdia dos pensadores, faz das suas orações ações da Tua vontade.
Pr Julio Soder