Existem dois mundos, um contra o outro, dominados por duas vontades, a do homem e a de Deus, respectivamente. O velho mundo da natureza decaída é o mundo da vontade humana. Ali o homem é rei e sua vontade decide os eventos. Ele fixa os valores: o que deve ser estimado, o que desprezado e o que rejeitado. Sua vontade impregna todas as coisas: "Eu determinei", "Eu decidi", "Eu decretei", "Cumpra-se". Ouvem- se estas palavras continuamente brotando dos lábios dos homens pequeninos. Não sabem, ou se negam a considerar, que eles são para um dia, logo passarão e já não serão mais.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
O mistério da vocação
Existem dois mundos, um contra o outro, dominados por duas vontades, a do homem e a de Deus, respectivamente. O velho mundo da natureza decaída é o mundo da vontade humana. Ali o homem é rei e sua vontade decide os eventos. Ele fixa os valores: o que deve ser estimado, o que desprezado e o que rejeitado. Sua vontade impregna todas as coisas: "Eu determinei", "Eu decidi", "Eu decretei", "Cumpra-se". Ouvem- se estas palavras continuamente brotando dos lábios dos homens pequeninos. Não sabem, ou se negam a considerar, que eles são para um dia, logo passarão e já não serão mais.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Mensagem ao Pr Marco Feliciano
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Controvérsia no Cenáculo
A sessão se fez necessária tendo em vista o baixo nível espiritual da Igreja e de seus líderes e, antes que a situação se transformasse num "Deus nos acuda", o Colégio Apostólico decidiu reunir-se para definir os padrões mínimos de espiritualidade e ética.
A medida tornou-se necessária pelo fato de o povo cristão ainda não saber andar no Espírito, tão acostumado que está a andar na lei.
As opiniões divergentes ficaram divididas entre a ala dos conservadores e a ala dos liberais.
Alguns apóstolos alegavam que isto não levaria a acordo nenhum devido a algumas posições de ambas as alas que eram inegociáveis.
- Todo aquele que crê na inerrância das Escrituras tal qual foi escrita e interpretada segundo a boa exegese e no seu poder libertador, salvador e transformador das suas verdades com fé pura e simples deve se posicionar-se à ala conservadora. Esta posição, deixa claro o relatório, é ultra conservadora, simplista e "bitolada".
- Todo aquele que questionar as Escrituras e interpretá-la segundo a boa exegese, levando-se em conta a cultura, a cosmovisão e a capacidade de obediência de cada um deve posicionar-se à ala liberal.
- Todo aquele que não estiver disposto, em nome da graça e da misericórdia, a aceitar, relevar e justificar os paradoxos, pecados e fraquezas humanas, ensinando-os a aceitarem-se como são, dando-lhes paz, como no caso dos irmãos que criticaram a irmã oxigenada, que se tornou atéia por causa de uma experiência religiosa pessoal negativa, e tentar transformá-los através das simples verdades bíblicas, consideradas pelo consenso geral como "clichês" e "chavões", deverá posicionar-se à ala conservadora.
- Todo aquele consciente de sua liberdade em Cristo Jesus e que dá publicamente à carne o que ela gosta, em nome da graça, da misericórdia e da autenticidade, e que ainda faz alarde disso sem se importar se isso escandaliza ou enfraquece a fé dos seus irmãos ou dá má fama à igreja, segundo os costumes locais, devem tomar sua posição junto a ala liberal.
Fumantes de Cristo
Dono de café na Holanda transforma seu estabelecimento em “igreja” para contornar lei antitabagista.
Os fumantes da cidade de Alkmaar, na Holanda, já têm à sua disposição a primeira igreja do mundo dedicada aos fumantes. É isso mesmo – depois dos Atletas de Cristo, dos Artistas de Cristo e outras instituições do gênero, agora é a vez de os Fumantes de Deus conquistarem seu próprio espaço, onde a fumaça dos cigarros é considerada uma expressão de espiritualidade. Pelo menos, no entender do dono de um café da cidade, que transformou seu estabelecimento na Universal Igreja dos Fumantes de Deus. O comerciante Cor Bush tomou a iniciativa para contornar os efeitos de uma nova lei que proíbe o fumo em espaços públicos na Holanda, que entrou em vigor no último dia 1º de julho.
A santa trindade venerada nessa igreja será “a fumaça, o fogo e a cinza”, diz Cor Bush, que afirma querer defender a liberdade religiosa garantida pela Constituição holandesa, nação de maioria religiosa protestante. Os fiéis que aderem à curiosa congregação recebem um documento autorizando-os a acender seus cigarros dentro do recinto. Por mais ridícula que pareça a idéia, Bush garante que vários outros bares e cafés da região de Amsterdã, onde fica a cidade de Alkmaar, já demonstram interesse em se juntar à “igreja” tabagista. “A comunidade da igreja dos fumantes é livre de fumar para honrar Deus na santa paz”, encerra o empresário.
Fonte: Notícias Cristãs - Cristianismo Hoje
Comentário: Avisem-me quando surgirem "Os maconheiros de Cristo". Quem sabe eu apareça por lá para dar uns "tapas". É o fim da picada...querem fazer de Jesus um lacaio dos nossos desejos. Duvido que um fumante de alguns anos não queira largar o vício. E Jesus ainda liberta. Maranata!
Não sei...só sei que quando cheguei aqui ele já estava.
Ao contrário daqueles que vêm demônios atrás de cada árvore, prefiro ver Deus em tudo. Afinal de contas toda iniciativa é dEle. Quando nós tomamos consciência e respondemos, já estamos a meio caminho andado do Seu plano. E achamos que é aí que começa a nossa história. Ainda nos vemos no centro da história. Ainda não temos noção das idéias que o nosso orgulho é capaz de produzir.
sábado, 18 de outubro de 2008
Obama
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Entrevista - Bráulia Ribeiro
O perigo é outro
A missionária Bráulia Ribeiro diz que o secularismo ameaça muito mais a cultura indígena do que a fé cristã.
Desde 2005, a agência missionária Jovens com Uma Missão, a Jocum, encontra-se no olho do furacão. Naquele ano, dois obreiros ligado à entidade, o casal Edson e Márcia Suzuki, que atuavam havia longo tempo junto à etnia indígena suruwahá, salvaram uma criança condenada à morte pela própria tribo. Nascida com hipotireoidismo, Hakani, a criança, deveria ser sacrificada – o costume do infanticídio ainda é comum entre diversas nações indígenas brasileiras. A atitude, tomada em comum acordo com parentes da criança, fez o mundo desabar sobre a cabeça dos missionários. Acusados pela Fundação Nacional do Índio, a Funai (órgão ligado ao Ministério da Justiça que executa a política indigenista nacional), pelo Ministério Público e por setores acadêmicos de “crime cultural”, os missionários, bem como outros obreiros da Jocum, foram obrigados a deixar as áreas indígenas. Em maio deste ano, outro ataque – um diretor da Funai, Antenor Vaz, divulgou um dossiê contendo pesadas críticas à ação das missões religiosas que trabalham com indígenas em geral e à Jocum em particular.
Fonte: Cristianismo Hoje
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Falar é fácil
Pr Julio Soder
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Vital e sua moto
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Futebol no Reino
Acabei de ler uma noticia de um assalto com a participação de dois ex-pastores.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Crise traduzida
Imagine um ponto de drogas, uma boca no meio da favela da Vila Califórnia onde o dono é conhecido como Bucha. Bucha costumava vender drogas para blogueiros, pastores de igreja e atores globais que, por medo da exposição, costumavam pagar rapidamente.
A bocada estava meio devagar, pois um árabe fez alguns ataques, difamando seu produto numa lista de discussão da internet chamada al qaeda. Para levantar a moral e aumentar a lucratividade, Bucha decidiu vender pó fiado a outros tipos de clientes, como pessoas com graves problemas de dependência química, desempregados e jornalistas que faziam matérias por ali. Com isso, aumentou sua fatia de mercado e começou a cobrar o dobro desses caras para compensar o crédito fornecido.
O plano deu certo, em pouco tempo a popularidade da boca de Bucha aumentou e seus fornecedores, traficantes maiores, ficaram tão empolgados com a crescente demanda que começaram a adiantar a mercadoria para ele em troca da enorme dívida de seus clientes nóias. Depois, para negociar os lotes de drogas, esses traficantes repassaram as garantias dos nóias do Bucha aos produtores de farinha, que repassaram pra galera da torre de quinta, que repassaram para os plantadores bolivianos, que repassaram para a Narcisa Tamborengere.
Assim, sem ninguém saber a origem, essas dívidas nóias foram repassadas até se tranformarem em fundos de pensão, fundos de investimentos, cdb, rbd, dst, fhc, títulos, ações, debentures, derivativos da bm&f, créditos de celular, tickets de refeição, opções da bovespa e muitas outras siglas e recebíveis negociáveis em camelôs, bancos e bolsas de valores em mais de 50 países ao redor do mundo como se fossem garantias sérias de que alguém pagaria alguma coisa algum dia.
Enfim, pressionado pelos credores e sem clientes (estavam todos mortos), Bucha declara a falência de sua boca e todos descobrem que esse dinheiro simplesmente não existe: são as dívidas daqueles junkies sujos malditos que não pagaram pelo pó consumido e morreram de overdose. É isso. Agora ninguém confia em ninguém.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Fala sério!...
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Tratando Neuroses
TRATANDO DE NEUROSES INSTALADAS EM NOME DE DEUS (Ferramentas Bíblicas para Terapia de Cristãos) Karl Kepler, seminário no Congresso de BH A proposta deste estudo é auxiliar o terapeuta cristão a fazer uso da Bíblia para a compreensão e auxílio do processo terapêutico de cristãos. Somos fruto da mesma “grande igreja” que nossos pacientes, uma igreja onde o verdadeiro evangelho disputa espaço com muitos outros ensinos parecidos (algo como joio e trigo quando verdes). É minha convicção que, da mesma forma como a convivência e a pregação evangélica pode por vezes ter formado uma neurose em nossos pacientes, o verdadeiro evangelho, tal qual retratado na Bíblia, pode vir a ser extremamente curativo. O Problema Básico A vida com Deus para nossos pacientes muitas vezes é parecida com uma cabine elétrica de alta tensão: algo muito importante e necessário, mas muito perigoso. Eles mostram medo de errar nas decisões, medo de pecar, e esse medo traz pressuposto um medo ainda mais básico: o medo do próprio Deus. Esse “Deus que mete medo” tem muito respaldo bíblico, e por isso até hoje continua a ser muito adorado, ensinado e temido na grande maioria de nossas igrejas. É efetivamente essa a forma pela qual Deus mais se dá a conhecer ao povo de Israel no Êxodo, na formação daquela nação, através da Lei de Moisés. É enfatizado o “lado Juiz” de Deus que, embora coexista com outras faces mais misericordiosas dEle, impõe-se de forma dramática ao povo desde as pragas no Egito, passando por sua primeira manifestação no Monte Sinai (Dt 5.23, onde o povo ficou apavorado perante o fogo, a fumaça e a voz), seguido pelos castigos ao longo da peregrinação, até o estabelecimento do sucesso ou fracasso na vida futura da nação, de acordo com a obediência que traz a bênção ou a desobediência que traz maldição (Dt 28). Esse “Deus do temor” se manifesta grandiosamente nas guerras (contra os inimigos de Israel) e no posterior exílio – contra seu próprio povo – trazendo o castigo que Ele dissera que iria trazer. O fato é que essa imagem de Deus é parcialmente verdadeira e bíblica. É com esse aspecto de Deus que muitos dos nossos pacientes sofrem, em diversos graus. Para os que são atacados de pânico, imagino que a sensação seja a de estar sendo perseguido por esse deus-juízo, onisciente, onipotente e onipresente. Para os que morrem de medo de tomar alguma decisão errada, o sentimento deve ser mais ou menos como o de um escravo que teme pela própria vida quando desagrada ao seu senhor, ou que teme pelo mau humor de seu senhor, sem saber o que foi que o provocou. E é esse “Senhor” que nós pastores pregamos quando advertimos os crentes a sempre primeiro descobrirem “qual é a vontade de Deus”. É por causa desse “Deus que mete medo” que muitos irmãos e irmãs se apavoram, por exemplo, com a idéia de Jesus voltar e apanhá-los desprevenidos ou com algum pecado inconfesso – e como castigo não levá-los junto no arrebatamento, deixando-os aqui para vivenciar os horrores dos tempos do fim. É com esse Deus que os crentes precisam se acertar quando sentem que pecaram; é esse Deus que, desde nossa infância, “tudo escuta e tudo vê”, sabendo tudo o que pensamos e fazemos. O Evangelho A solução para o problema básico é a essência do evangelho, que por ser tão não-humana, é difícil para nossa alma acreditar. A boa notícia do evangelho é que, por causa da vinda de Jesus Cristo, finalmente nós podemos ser aceitos por Deus, nos reconciliar com Ele, de graça. A boa notícia é que Deus não está mais irado conosco: a ira já foi satisfeita nAquele que morreu em nosso lugar, e por isso Ele nos salvou, por meio da fé, sem qualquer pré-condição, simplesmente porque Ele é bom. Alegre-se, Deus não está mais descontente com você! Essa é a “maravilhosa graça”, maior que o meu pecar, que alivia a minha alma. A sua dívida já foi paga. Custou caro, mas foi paga, inteiramente. A Bíblia nos garante que “havendo Deus falado aos pais de muitas maneiras, agora nestes nossos dias Ele nos fala através do Filho” (Hb. 1). Falta Jesus àquela descrição do Deus que mete medo; aquela descrição é parcialmente verdadeira, porém bastante incompleta, e tornada velha desde que Deus em Jesus disse: “esse é o sangue da nova aliança que faço com vocês”. Jesus faz toda a diferença. Por causa dele Paulo pôde dizer que somos justificados pela fé, e por isso “temos paz com Deus”(Rm 5.1); que “antes éramos inimigos de Deus, mas agora em Cristo fomos reconciliados com Ele” (Rm 5.10) e que Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de Jesus ter morrido por nós sendo nós ainda pecadores(Rm 5.8). Ele só quer que acreditemos nisso que ele fez por nós. Em suma, a boa nova é que, por causa da vinda e da morte de Jesus, pecadores são aceitos por Deus; que, por causa do sacrifício de Jesus, nós passamos a fazer parte da família de Deus, adotados como filhos. Não somos mais escravos que precisam viver com medo de desagradar ao seu Senhor: somos filhos amados, que têm toda a certeza do seu amor, independentemente do que fazemos ou deixamos de fazer (Rm 8.15-17). Nas palavras de João, conhecemos o Deus que nos ama primeiro (I Jo 4.19), o mesmo “Deus que ama pecadores” de Paulo. Essa nova aliança não é mais do tipo: “se você obedecer, mandarei as bênçãos, se desobedecer, mandarei as maldições”. A nova aliança é o cumprimento da vontade de Deus, da salvação pela fé, expressa já em várias profecias do Velho Testamento, do tipo: “um dia eu tirarei os vossos pecados” (Jr 33) e “escreverei as minhas leis nos seus corações” (Jr 31.31). O terrível problema dos nossos pecados e da morte que eles trazem foi resolvido pelo amor de Deus: “Ele carregou sobre si as nossas enfermidades; pelas suas pisaduras fomos sarados; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele” (Is 53). Essa é a boa notícia, o evangelho. A Vida na Corda Bamba Por incrível que pareça, essa maravilhosa salvação trazida pelo Messias Jesus Cristo não está sendo pregada aos crentes. Normalmente ela é pregada corretamente aos incrédulos (nos sermões ditos “evangelísticos”), mas não aos crentes. Nossa mensagem na Igreja tem sido mais ou menos assim: “venha a Cristo, Ele te aceita assim como você é;” e depois que o indivíduo atende o apelo, passamos a pregar sobre como o seguidor de Cristo deve viver, falar, se vestir, se comportar, e sobre o que falta em você “para Deus abençoá-lo”. Como resultado, muita gente nova vem às igrejas, mas poucos persistem, e menos ainda aumentam seu conhecimento de Deus, amadurecendo na fé. E os que permanecem correm sério risco de se neurotizar por causa dessa “dupla personalidade de Deus”: bom e amoroso para os incrédulos, mas severo, cheio de deveres e amedrontador para os que já crêem. A vida cristã mais parece a de um equilibrista na corda bamba, onde um escorregão pode ser fatal. Dizemos que “Deus perdoou todo o seu passado; mas daqui para a frente, cuidado para não pecar, para não tomar decisões fora da vontade de Deus, etc…” Conforme o diagnóstico de Paulo, parece que estamos começando pela graça e querendo acabar pela Lei (Gál. 3) Compare isso com o que diz Jesus: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados… e achareis descanso para vossas almas”. (Mt 11.28). O tom é bem diferente: é uma oferta, e não uma cobrança. Tente ver nos seus pacientes (e em você também): qual a imagem interna de Deus que eles têm? A de alguém que dá descanso, ou a de alguém que vive cobrando esforço? Temas Específicos Uma dificuldade adicional é que a irracionalidade daquele medo de Deus não costuma ceder facilmente. A Lilo (missionária da Casa da Esperança, Mondaí - SC) já me disse que essa mudança, para passar do medo de Deus para o amor a Deus é algo tão profundo que só o Espírito Santo pode efetuar. Se essa é a situação do seu paciente, você pode estar tendo o auxílio de um ótimo Assistente no processo terapêutico! Por causa desse enorme medo envolvido é possível que a mudança só possa acontecer em pequenas etapas, uma questãozinha por vez. Compartilho aqui algumas “ferramentas bíblicas” que me foram particularmente valiosas nesse mesmo processo de transformação, depois que, aos 17 anos de idade eu mesmo quase enlouqueci com uma “obsessão por não pecar”; são ensinos que fui aprendendo no seminário, na Bíblia e no convívio com cristãos de carne e osso – e alguns não-cristãos também – que foram instrumentos da graça de Deus: 1. Bíblia x tradição. Um primeiro recurso, que vai ser aceito até pelos obsessivos mais preocupados, é diferenciar “palavra de homens” de “palavra de Deus”, e num segundo estágio – para os irmãos neo-pentecostais – diferenciar “profecia trazida por meio de homens, servos de Deus” da “palavra inspirada pelo Espírito Santo, o texto bíblico, as Escrituras Sagradas” que, cfe. os últimos versículos de Apocalipse, não devem mais sofrer acréscimo, nem subtração. Todo pastor razoável admitirá que é um ser humano falível; se você perguntar amigavelmente, os pastores concordarão que seus sermões não são “Escritura Sagrada”, mas sim uma tentativa sincera e piedosa de explicar mensagens baseadas na Bíblia (portanto sujeita a erros, tanto quanto esta palestra). Já com os irmãos profetas pode ser um pouco mais difícil; infelizmente questionamentos não costumam ser bem vindos, e parte-se para um “tudo ou nada”: ou a pessoa é um “falso profeta” e 100% da mensagem está errada, ou é um arauto de Deus (e aí 100% estaria certo). A nosso favor temos um texto bem explícito: “Não extingais o Espírito; não desprezeis as profecias, mas examinai todas as coisas [ponde tudo à prova]. Retende o que é bom.” I Ts 5.19-21, que serve igualmente a nossas profecias e a nossos sermões. “Examinar, pôr à prova” sugere que naquela profecia (ou sermão) há coisas boas e há também coisas ruins; em vez de obediência cega, Deus pede uma cautela respeitosa e com reservas: coisas ruins devem ser descartadas. 2. Aparência x Coração. Enquanto a “tradição” geralmente se ocupa do observável, do exterior, Deus quer o nosso coração, o interior (Mt 15.1-20; Mt 11.28 a 12.8) “misericórdia quero, e não sacrifícios”. E é no nosso coração que estão as provas irrefutáveis de nosso pecado e deficiência. 3. Qual é a vontade de Deus (= o que é que Deus mais quer = qual é o “primeiro de todos os mandamentos” - Mt 12.28): Amar a Deus de todo o coração; e amar ao próximo como a si mesmo (cp. Rm 13.8-10). Isso é mais importante do que todas as outras regras, como até o escriba chegou a perceber (Mc 12.28-34). 4. O exemplo a seguir: Jesus Cristo. Ninguém pode ser mais santo, mais espiritual, mais obediente, mais certo, mais consagrado, etc., etc. do que Jesus. Se Jesus fez alguma coisa, não pode estar errado. 5. Fé. No sacrifício de Jesus, o Messias; na graça e misericórdia do Deus que ama pecadores – Rm 5.8; Mt 7.7-11. Essa fé nos permite correr riscos. (diferentemente do “perdão somente dos pecados passados”, que nos leva àquela “vida na corda bamba”). Jesus foi chamado de comilão, beberrão, amigo de prostitutas e de funcionários corruptos; ele veio para os doentes, e correu o risco de ser confundido com eles. Paulo (I Co 9.19-22) correu o risco de pregar o evangelho da graça (Rm 3.8 – foi caluniado). “Forte na fé” é aquele que realmente acredita que o sacrifício de Cristo foi e é suficiente para salvá-lo, para torná-lo aceitável a Deus. Os “fracos na fé” são os que, além de crer em Cristo, crêem também na necessidade de observar algumas regrinhas – e correm o risco de deixar de crer em Cristo (=escandalizar-se) se as regras forem quebradas – Rm 14 (naquela época, não comer carne oferecida aos ídolos, guardar o Sábado, circuncisão; na geração passada, não beber cerveja, não dançar, não fumar; e hoje?) Veja também Colossenses 2.20-23. Crendo na eficácia do sacrifício de Cristo (isto significa: sabendo que todos os meus pecados foram pagos), posso continuar “em paz” quanto aos meus próprios erros e pecados. Eu assumo que preciso – e sempre precisarei – de um Salvador; reconheço-me doente e não são, e assim recebo a visita salvadora do médico Jesus. Por . Deus já sabia de todos os nossos pecados – e bem por isso enviou Jesus para morrer em nosso lugar. 6. Santificação (Colossenses 2.8 a 3.11). Duas naturezas co-existentes até a volta de Cristo ou até nossa morte. Sempre seremos santos e pecadores (como já dizia Lutero). Bons, mas com maldade também. Até a nossa morte, “se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós”(I João 1.8). Aos 95 anos de idade ainda seremos pecadores, sempre necessitando de misericórdia e de um Salvador. E também teremos o Espírito Santo, nossa nova natureza. A vida aqui na terra, portanto, acaba sendo uma questão de a qual natureza damos mais atenção: viver tentando não errar (que é frustrante), ou, liberto pelo pagamento feito pelos nossos erros, dedicar-se a viver tentando acertar. Creio que é exatamente essa a mensagem da parábola dos talentos – o servo que tinha medo do seu Senhor não podia correr o risco de errar, por isso enterrou o seu talento (Mt 25.14). 7. Do Medo ao amor - I João 4.16-19. “se alguém teme, ainda não está aperfeiçoado no amor… o perfeito amor lança fora o medo”. É o perfeito amor de Deus que operará essa mudança, que convencerá o cristão que, ao contrário do que ele sente, ele não é um escravo que não pode desagradar ao seu Senhor, mas sim um filho adotado com todo o amor (Rm 8.15-17). O Espírito Santo desenvolve dentro de nós esse sentimento de confiança filial (”Aba, Pai”, cuja tradução seria a forma como uma criancinha chama seu pai (paiêêê!). 8. Pessoalidade “(Jesus) havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13.1). “Isto é o meu corpo, que é dado por vós” (Lc 22.19) “Jesus [na cruz] vendo ali a sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.” (Jo 19.26,27). Deus está interessado em pessoas, não em planos. A aliança dele é feita com gente, mais do que com conceitos, princípios ou idéias. Jesus não morreu por causa de planos, mas por causa de pessoas, dos seus discípulos, você, eu e todos os outros. 9. Crescimento “na graça e no conhecimento de Deus” – atitude básica de fé perante nossa vida concreta, aceitando as dificuldades e revéses, vendo (e participando de) o processo de Deus moldar nosso caráter. Apesar da salvação ser exclusivamente por fé, sabemos que aqueles que entrarão no Reino de Deus (Mt 25) serão misericordiosos, espontâneos e autênticos. Isso provavelmente explica muitos acontecimentos difíceis em nossas vidas. 10. Crescendo na esperança – a certeza do fato da ressurreição e da volta de Cristo – isso é verdade e não fuga. Por conta dessa perfeição no céu, podemos nos fortalecer e nos conscientizarmos de que vamos sempre conviver com muitas “imperfeições” aqui na terra. Isso vale para igreja, casamento, auto-realização, saúde, economia e, também, psicoterapia… Se houver um mínimo de abertura, podemos lembrar nosso pacientes da “doutrina da falibilidade pastoral” (apesar da unção), caminho para a libertação do ideal de “super-homem”. Em contrapartida, o respeito ao pastor, apesar das suas falhas: estamos aprendendo a aceitar a mistura de joio e trigo na vida, a convivência da natureza justa com a pecadora, também em nós mesmos. 11. O tom da Bíblia. Texto escrito não tem entonação: ela é dada pelo coração do leitor (ou do pregador). Considerar as recomendações bíblicas menos como proibições de um deus irado, e mais como bons conselhos de um amigo que sabe das coisas e conhece os caminhos. (sobre “usos e costumes”, ver também o livro: O que a Bíblia permite e a Igreja proíbe – Ricardo Gondim). Uma questão derivada: a consciência pesada pode ser uma “consciência doente”, e não a voz do Espírito Santo; nossa consciência é tão falha quanto nossas emoções; somente Deus é que “sabe todas as coisas” – I João 3.20,21. Há muito mais temas e textos, e mais ainda são os que eu não domino. Não pus aqui todas as referências bíblicas utilizadas, para não truncar demais a leitura. Fico à disposição, no que puder, para outros questionamentos, porque creio que vale à pena investigar a fundo essa questão da imagem de Deus que temos, que é a própria essência do evangelho (precisamos aprender a receber o Reino de Deus como uma criança). As novas são boas, e eu, você e nossos pacientes precisamos delas. ——————————————————————————– Karl Kepler, pastor e psicólogo em São Paulo, vice-presidente de publicações do CPPC - E-mail: kkepler@sti.com.br; fone: (11) 4136-1793.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Os pecados da mídia
Têm relativa sorte, os donos da mídia, de que os maiores inimigos da sua liberdade são os econômica e politicamente poderosos – que desejam calar os seus veículos para poderem melhor exercitar seus desmandos e falcatruas sem serem denunciados. Nesses embates, restam poucas dúvidas sobre com que lado está a razão ou a justiça. Liberdade de expressão em todo o mundo e – em particular – no Brasil, significa quase exclusivamente liberdade de expressão para a imprensa, ou a mídia.
E, no entanto, até mesmo nos veículos mais liberais – não lhes citarei os nomes, mas são os principais jornais e revistas do país – são raríssimas as cartas contendo críticas dos leitores que passam pelo crivo da redação e chegam a ser publicadas...
Mas, do que se acusa a mídia? De diversas coisas: algumas delas são digressões de intelectuais marxistas tardios e desavisados, mas algumas são sérias. Há grandes probabilidades de que você não tenha lido nada na imprensa (claro!) a respeito de três livros publicados este ano – em inglês – no Canadá, EUA e Inglaterra e que devem estar ainda longe de ser traduzidos e lançados no Brasil.
São: Risk: The science and politics of fear (Risco: A ciência e a política do medo) de Dan Gardner; Panicology de Simon Briscoe e Hugh Aldersey-Williams e Flat Earth News: An Award-Winning Reporter Exposes Falsewood, Distortion and Propaganda in the Global Media (Notícias da Terra Plana: Um repórter premiado denuncia as falsidades, distorções e a propaganda na Mídia Global) de Nick Davies.
O primeiro expõe a curiosa tese de que a humanidade nunca teve tanta saúde e segurança e, no entanto, vive atormentada por um medo irracional e crescente, que tem conseqüências fatais, como as 1.595 pessoas que morreram em acidentes automobilísticos, nos EUA, por evitar viagens aéreas de medo de serem alvos de atentados terroristas.
O segundo mostra como são, muitas vezes, baseadas em estatísticas ridículas, espúrias e até mentirosas, as calamidades com que a imprensa bombardeia as pessoas – na Inglaterra – sobre vacinas, o medo de ficar gordo e morrer antes da hora, de que as grandes empresas engulam seu negócio, da gripe aviária... O simples risco de estar vivo é cada vez mais alarmante.
Finalmente, o autor do terceiro foi um jornalista premiado que desistiu da profissão e acusa os veículos de querer transformar a população em uma massa de ignorantes, divulgando notícias sensacionalistas e mentirosas e plantando ficções distribuídas pela CIA...
Artilharia pesada, talvez nem sempre judiciosa ou imparcial. Mas certamente seria mais saudável que todos tivessem mais acesso às críticas a quem detém a liberdade para criticar – mesmo legítima.
Fonte: Pavablog
J. Roberto Whitaker Penteado, no jornal Propaganda & Marketing.
domingo, 5 de outubro de 2008
Deus incomoda
Para uns, Deus é uma força cósmica, uma energia poderosa e inexplicável, que emana suas radiações dos confins do Universo.
Para outros, Deus criou o mundo, mas hoje está inoperante por não ter impedido que coisas ruins acontecessem, como o Holocausto, o 11 de setembro e a tsunami destruidora na Ásia.
Ainda para alguns, Deus é um ser castrador, que inventou mandamentos, regras e proibições para impedir que gozemos tudo o que há de bom na vida. Já em outro extremo, há os que vêm em Deus uma divindade tão amorosa que Ele não faz conta de nossos erros, tropeços e pecados... é enfim, um “deus bonzinho”, que lá no Antigo Testamento foi severo, mas agora se arrependeu.
Não é difícil perceber que, embora desconheçam da natureza e do caráter divino narrados nas Escrituras, as pessoas estão em busca de uma espiritualidade – qualquer uma – para fruir de suas bênçãos e benesses, mas nem sempre desejam Aquele que originaram elas. O povo tem fome de que? Certamente não é do “Deus de Abraão, Isaque e Jacó”, e nem tampouco de Jesus de Nazaré.
Em primeiro lugar, o povo busca sensações prazerosas. Por isso a avaliação que fazem de nossas reuniões de fé sempre se dá no campo estético: “gostei”, “bonita apresentação”, “bela mensagem”. Ou ainda no campo da sensação: “senti uma coisa gostosa ali”. Sem dúvida que a presença divina pode proporcionar tudo isso, mas um verdadeiro encontro com o Eterno não fica só na sensação: a vida inteira é tocada.
É duvidoso afirmar que a maioria das pessoas que procuram uma instituição religiosa ou o auxílio de um pastor, estejam de fato buscando um Deus que reine em suas vidas, que controle seu humor, dirija seus sonhos, e conceda-lhes uma virada existencial. Não! Desde que a igreja atenda alguns de seus problemas pontuais, está tudo bem, e isso por vezes independentemente de qualquer fé em Deus.
Quando vejo nas manhãs frias de domingo igrejas repletas de fiéis, braços levantados, entoando cânticos de vitória, custa-me crer que estejam de fato buscando ao Deus Trino, Santo e Soberano. Vamos comprovar? Eliminem-se as promessas de cura, de emprego, e de resolução de problemas.... e aquele local se esvaziará. Experimente-se num espaço de grande aglomeração de fé alterar o cardápio que será oferecido à multidão, e ao invés de um “encontro de milagres” promova-se ali um estudo profundo da Epístola de Tiago e uma palestra com o tema “Santidade ao Senhor”, e constataremos que todo interesse desaparecerá. Não, não é a Deus que buscam.
Na verdade, poucos querem Deus, pois Deus incomoda. Ele nunca nos dá nenhuma certeza, a não ser Suas promessas escritas num livro com mais de dois mil anos. Não há apólices, contratos ou qualquer outra segurança que seja visível ou palpável. Neste mundo moderno as pessoas não querem incertezas ou riscos.
Como Eugene Peterson observou, Deus incomoda porque esperamos que Ele resolva nossos problemas de caráter e de vícios de forma rápida e indolor. Mas Ele insiste num “programa de recuperação” lenta e gradual.
Deus incomoda porque Ele destrói nossas ilusões religiosas mais sublimes. Foi assim com o povo que seguia a Jesus porque “tinham visto os sinais que ele fazia” (Jo 6.2), mas quando o Mestre começou a mostrar a outra face do Reino essas pessoas abandonaram a fé e já não andavam com Ele. Até os próprios discípulos também foram confrontados: ”Quereis também vós retirar-vos?” (Jo 6.67). Em outras palavras: o homem que segue a Cristo por uma razão falsa ou errada está iludindo a si mesmo e enganando a Igreja, pois quem os observa presume que este iludido seja um cristão. E não é! (Lloyd-Jones).
As pessoas não se sentem confortáveis com Deus em suas vidas. Elas preferem algo menos temível, como por exemplo, serem simpatizantes da fé e freqüentadoras dos cultos. Por quê? Simples: Deus incomoda, perscruta, atinge, inquire, confronta nossos valores, provoca crise, altera nossa rotina, retira todas as nossas seguranças, substitui o reinado do ego para construir em nós o Seu reino, pede que eu me esvazie, e me “envia” ainda que eu não me ache preparado ou capaz.....
Definitivamente é perigoso envolver-se com Deus.
Fonte: Blog Frenesy
sábado, 4 de outubro de 2008
A história em tempo real
Por favor, toda atenção! Não me refiro ao que vou escrever. Precisamos acompanhar o desenrolar da história. Chegamos a uma dessas esquinas principais, onde a humanidade vai dar uma guinada que marcará o futuro para sempre. Não perca nenhum capítulo!
A crise financeira, a quebradeira dos bancos, a queda das bolsas, o enfraquecimento do dólar, não são acontecimentos pontuais e passageiros, facilmente contornáveis com uma intervenção. Testemunhamos outra realidade: o fracasso das políticas neoliberais que perdem força e já não conseguem continuar na superfície das águas tumultuadas da especulação financeira.