sábado, 30 de maio de 2009

Brian Head (Ex Korn) - Testemunho - I am Second (Legendado)

Fonte: Solomon

Você tem certeza de que é crente?

Igreja Perseguida - Missão Portas Abertas


sexta-feira, 22 de maio de 2009

O pecado - Rm 1 # Podcast 9




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Conversões Superficiais, Religião Superficial


anamoura_215877_quadro04Embora eu me regozije com conversões súbitas, eu tenho sérias suspeitas quanto a essas pessoas repentinamente felizes que nunca parecem ter se entristecido com o próprio pecado. Receio que esses que vêm tão facilmente à sua religião que freqüentemente a perdem completamente com a mesma facilidade. Saulo de Tarso foi convertido subitamente, mas nenhum homem já passou por maior horror de escuridão do que ele, antes que Ananias viesse a ele com palavras de conforto.

Eu gosto do arado profundo. A raspagem superficial do solo é trabalho pobre. O corte profundo da terra sob a superfície é grandemente necessário. Afinal de contas, os cristãos mais duradouros parecem ser aqueles que viram que o mal interior que neles há é profundo e repugnante, e depois de algum tempo foram levados a ver a glória da mão curativa do Senhor Jesus conforme Ele a estende no Evangelho.

“Para pôr tudo em uma palavra, uma ausência do Espírito Santo é a grande causa da instabilidade religiosa.”

Receio que em muito da religião moderna há uma carência de profundidade em todos os pontos. Eles não tremem profundamente nem se regozijam grandemente. Eles não se desesperam muito, nem acreditam muito. Oh, cuidado com um verniz piedoso! Proteja-se da religião que consiste em colocar uma fina camada de piedade sobre uma pesada massa de carnalidade. Nós precisamos de uma obra contínua no interior. A graça que alcança o centro e afeta o espírito mais interior é a única graça que vale a pena ter.

Para pôr tudo em uma palavra, uma ausência do Espírito Santo é a grande causa da instabilidade religiosa. Cuidado para não confundir excitação com o Espírito Santo ou as suas próprias resoluções com os profundos mecanismos do Espírito de Deus na alma. Tudo aquilo que a natureza pinta, Deus queimará com ferro quente. Qualquer coisa que a natureza põe em funcionamento, Ele fará parar e jogará fora com os trapos. Você precisa nascer de cima, você precisa ter uma nova natureza forjada em você pelo dedo do próprio Deus, já que de todos os seus santos está escrito, “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus.”

Oh, mas, em todos os lugares eu temo que haja uma ausência do Espírito Santo! Há muita coisa vindo de uma moralidade espalhafatosa, superficial, muitos clamores de “Paz, Paz” onde não há nenhuma paz; e muito pouca ansiedade profunda advinda de um exame do coração para ser completamente purificado do pecado. Verdades bem conhecidas e facilmente lembradas são cridas sem serem acompanhadas da devida uma impressão do peso delas; esperanças sem consistência e confianças infundadas são formadas e é isso que faz com que os enganadores sejam tão abundantes e os espetáculos carnais tão comuns.

C.H. Spurgeon

Publicado por Phil Johnson no site Pyromaniacs. - Fonte: Crer e Pensar

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O divino prazer de religar


Uma das maiores belezas do cristianismo é a ciência de que a iniciativa da salvação é exclusiva por parte de Deus. Não há como negar o quão diferente é o cristianismo: Ao invés do homem buscar a Deus, Deus veio em busca do homem em forma de homem.

Mas pelo que lemos na Bíblia, principalmente no Antigo Testamento, Deus sempre exercitou o religare (ligar novamente). Não de uma forma imbecil e insana, como um louco apaixonado e desequilibrado, mas como um ser totalmente consciente e num estado de equilíbrio incomum para aqueles que lutam por ter a pessoa amada ao seu lado. Deus não é daqueles que saem mentindo ou omitindo em favor da pessoa amada; ele é um romântico capaz de valer-se das últimas forças – quando preciso -, a fim de restabelecer o laço de amor criado por si mesmo com sua querida nação – até mesmo com sua criação principal: o homem -, mesmo que este seja quebrado por ela.

Nas linhas proféticas de Oséias acompanhamos um romance encantador, pois mesmo depois de traído, o profeta (Deus) vai à busca de sua amada (Israel) sem medir esforços, sem calcular perdas.

Diferentemente do que teologizam alguns, Deus não perde tempo com o pecado – condena-o, mas não o acolhe -; a grande aventura do Altíssimo – retratada em Oséias – revela um Deus 'avesso do avesso', totalmente diferente do sanguinário-fascinora-inquisidor apresentado por alguns em suas vãs teologias.

O Deus apresentado em Oséias é encantador. Não que seja apenas em Oséias, mas por Oséias retratar e encarnar uma
história de amor onde as traições são por parte da mulher, porém a luta de quem ama para restituir o relacionamento é ampla e desmedida – homens são mais difíceis de perdoar. Assim, temos que reconhecer que a encarnação do Altíssimo, ou seja, o Cristo, nada mais é do que o resultado de um processo que se iniciou no Éden.

Diferentemente de muitos românticos, Deus esclarece à Israel que esta colheria o que por ela fora plantada, porém, como uma 'jura de amor', o Senhor lhe promete um dia em que não haverá separação:

Pois os israelitas viverão muitos dias sem rei e sem líder, sem sacrifício
e sem colunas sagradas, sem colete sacerdotal e sem ídolos de família. Depois
disso os israelitas voltarão e buscarão o Senhor, o seu Deus, e Davi, seu rei.
Virão tremendo atrás do Senhor e das suas bênçãos, nos últimos dias. (Oséias 3:4,5)

O belo de toda essa relação é que o amor desse romântico transcende à sua relação com Israel a ponto de reconciliar o mundo consigo através do Verbo, do
Filho, do Cristo, enfim, de Si mesmo.

Portanto, o
religare é o grande prazer de Deus em toda a narrativa bíblica - e até hoje; o grande deleite da divindade revelada em Oséias e concretizada em Jesus é valer-se da prerrogativa que só ela possui, isto é, tomar sua criação pelas mãos – através da cruz - e devolvê-la ao seu verdadeiro lugar: Nele mesmo, no próprio Deus.

Em Cristo, o religare de Deus,


Will

(Baseado no capítulo 3 do livro de Oséias) - Fonte:
Celebrai

quarta-feira, 20 de maio de 2009

As redes sociais e a democracia


Em nossa democracia, é muito baixa a possibilidade de decidir e intervir. A única delas é o voto, pouco para um exército acostumado a clicar, a escolher tudo a toda hora.

Por Fernand Alphen

Redes sociais: duas entre cada dez palavras pronunciadas por qualquer bem pensante hoje em dia, em papos de “Abalar Bangu”. Mais um daqueles inúmeros fenômenos que surgem para acrescentar alguns charts às palestras dos gurus Best Sellers. Mais um tema para excitar os especuladores, os caçadores de talentos e os vendilhões de empresas.

Tudo nas novas plataformas de informação são reedições corrigidas e ampliadas. Os luditas e blasés adoram dizer isso. Portanto, para eles, redes sociais são espécies de “Rotary(s) Clubes” digitais.

Esse tipo de desmistificação é sempre um divertido argumento para brochar os excessivamente excitados mas é quase sempre um álibi intelectual para uma inépcia de entendimento das mudanças de comportamento que estão por detrás dessas “velhas novidades”.

Mas o que me interessa mais nos clubinhos virtuais é uma espécie de panacéia democrática que por ali grassa. Sem querer intelectualizar demais o papo, já é lugar comum dizer que a molecada tem um interesse muito passageiro, para não dizer inexistente, por política. A não ser em momentos de euforia ideológica, como a atualmente em curso no ringue das eleições norte-americanas, ela tem um desprezo absoluto por qualquer lógica majoritária.

É que de fato, essa coisa de submeter-se a qualquer decisão da “maioria”, é frustrante em tempos de liberdade de expressão absoluta e universal, de cauda longa, de morte do direito autoral e etc.

Em nossa democracia, é muito baixa a possibilidade de decidir e intervir. A única delas é o voto, pouco para um exército acostumado a clicar, a escolher tudo a toda hora.

É essa falência do “majoritário” que motiva e apaixona as redes sociais em todas as suas manifestações.

No limite, é como se estivéssemos encubando uma nova ordem mundial em que os humanos se agrupassem em torno de idéias compartilhadas, interesses ou polêmicas comuns, gostos e simpatias antes de geografias, línguas e qualquer outro tipo de aglutinação física.

No limite, as redes sociais configuram os novos “Estados” que trocam o majoritário pela unanimidade. E não há “exclusividade” nem “limite” de “nacionalidades”. Pode-se pertencer ao quantos “países” quisermos, com múltiplas “identidades” até e “desertá-los” quando eles não mais interessarem ou outros mais atraentes surgirem.

Antes de tratar-se de uma utopia, a experiência da nova ordem e sua possibilidade virtual vai corroendo todos os organismos e reinventando as relações sociais irremediavelmente.

Fonte: Webinsider

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A multiplicação dos pães # Podcast 8


A multiplicação dos pães
Igreja Peniel Porto Velho-RO - dez/2007


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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Politicos chega

Não reeleja ninguém - Espalhe a imagem da campanha

sábado, 9 de maio de 2009

Chamados para andar nas trevas # Podcast 7


Chamados para andar nas trevas (22 min)
Mensagem em 29/04/2009 - Pr Julio Soder
Igreja Peniel - Contagem-MG

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"Jesus não seria bem visto segundo o padrão religioso
atual. Ele gostava de andar entre pessoas não muito
recomendáveis para os crentes contemporâneos."

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sobrevivente de um aborto




quarta-feira, 6 de maio de 2009

10 atitudes para tornar-se um cult da espiritualidade pós-moderna


Instruções irônicas para os aspirantes. Veja:

01. Ame os escritores estadunidenses heterodoxos, mesmo sendo um antiamericano de carteirinha e contrário a dita “teologia enlatada”. Você será incoerente, mas como seu amado filósofo Nietzsche, não se importará com coerência.

02. Devore acriticamente essa literatura, especialmente Brian McLaren e a sua “Ortodoxia Generosa”. Livro obrigatório para um novo cult pós-moderno.

03. Critique duramente os fundamentalistas norte-americanos, inclusive aquilo que eles têm como virtudes. Ora, um autêntico cult não pode ver nenhuma qualidade nesse grupo.

04. Pense sempre “fora da cerca”, mesmo que você caia na lama.

05. Vista camisas com estampas de Che Guevara, pois isso é chique. Critique esse tal de neoliberalismo, mesmo não entendo nada de economia. Lembre-se sempre disso quando lanchares no McDonald´s, que precisa lutar contra os impérios em nome dos pobres. Seja verde, seja defensor das minorias e até do casamento gay. Demagogia em primeiro lugar!

06. Critique aqueles que gostam de uma “teologia velha”, mas devore a espiritualidade medieval nas pessoas de Francisco de Assis e Teresa de Ávila. Mas uma vez a incoerência, mas não se preocupe.

07. Considere o filósofo prussiano Friedrich Wilhelm Nietzsche um cristão. Isso mesmo. Para os cults pós-modernosNietzsche era um cristão, mesmo afirmando que o cristianismo era “mais nocivo que qualquer vício”. Diga sempre que a “teologia ortodoxa” foi contaminada pela filosofia grega e pela modernidade iluminista, mas nunca admita que você sofre influências da filosofia contemporânea.

08. Despreze aqueles “caras” chatos, como Calvino, Wesley e Spurgeon. Eles incrivelmente acreditavam no mito da inerrância bíblica.

09. Ame de todo o seu coração autores como Rubens Alves, Frei Betto, Leonardo Boff etc.; e odeie de todo o seu coração autores como R. C. Sproul e Francis Schaeffer.

10. Esqueça, a Bíblia foi manipulada, assim como você aprendeu naquele livro fantástico do Dan Brown, “O Código da Vinci”. Um clássico da história cristã. Portanto, esse livro servirá para você como uma narrativa meramente mitológica. Ok? Não fique contaminado por aquele papo dos terríves ortodoxos.

Fonte: Teologia Pentecostal

terça-feira, 5 de maio de 2009

Os Dez Leprosos # Podcast 6


Palavra em set/2007 na Igreja Peniel de Porto Velho-RO

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(Ainda estou trabalhando para melhorar a qualidade das gravações. Agradeço a sua paciência)

Minha Igreja tem cai cai



Bráulia Ribeiro

Minha igreja é destas que tem cai-cai, estrebucho e chororô. Aos domingos, quando cai a unção, homens e mulheres, crianças e adolescentes, profissionais liberais, garis, prostitutas e doutores se misturam num carnaval maluco, sem máscaras e sem fantasia. Todos dançam e pulam; alguns desconjuntadamente; outros, como pipoca no óleo quente. Outros, ainda, movimentam-se como num balé new age bem elaborado, em que se perdem sozinhos em seu mundo de adoração, como se estivesse no seu próprio quarto. Alguns gritam – gritos viscerais, primais, enlouquecidos; outros balbuciam extasiados palavras sem sentido. Alguns apenas caem em êxtase, como se tocados por um dedo gigante, e outros ficam no chão, rindo e chorando por muito tempo.

É estranho estar no meio de tudo isto. Você se torna quase um espectador do teatro do absurdo. Por mais que se confronte com o inusitado, sempre se surpreende a cada nova pessoa tocada, a cada profissional circunspecto que de repente se vê no chão despido de qualquer vergonha na cara. No começo, era uma espécie de playcenter espiritual; queria-se reunião todos os dias, numa ânsia pelo toque sobrenatural. A unção se tornou melhor do que qualquer coisa, do que os bate-papos a que estávamos acostumados antigamente, do que as festas regadas a muita comida, que eram comuns no dia-a-dia da igreja. Queríamos a emoção de cair, de perder o controle, de sermos tomados por aquela coisa nova. Um amigo médico definiu o processo como a “cocaína espiritual”. Cocaína da qual não se sai “deprê”, mas que vicia igualmente. Cocaína que produzia cura.

Lembro-me de outro amigo, profissional respeitado na cidade, que por respeito acompanhava a mulher para a igreja anos a fio. Sincero, dizia abertamente que não era crente, sempre querendo se preservar o direito de dar umas pecadinhas sem culpa. Mas, um belo dia de unção, lá estava o sujeito no chão, rolando suas roupas de marca pelo piso sujo de um galpão. Por mais que eu quisesse me desligar da imagem dele e louvar no meu canto, não conseguia parar de olhar as reviravoltas que ele dava – ora como um capoeirista exímio, ora como um lagarto desengonçado. Toda a dureza e indiferença cínica daquele homem rompeu-se e deu lugar a um zelo intenso pelo Evangelho e confissões públicas inimagináveis.

Na época, deflagrou-se uma guerra entre os membros da denominação quando começamos a nos “viciar” naquela cocaína divina. Muitos não se conformavam com o novo modelo, e vociferavam que Deus não podia fazer coisas nem proporcionar tais manifestações. Eu, cá do meu canto, sabia que não podia decidir as coisas que Deus pode ou não fazer – primeiro, porque sou mineira, assim como disse o caboclo depois que viu o sexto elefante cor de rosa voando por cima da cabeça: “É, cumpadi, parece que o ninho deles é pra lá mermo...” O Deus que falou em coluna de fogo, que apareceu em nuvem, que derrubou muralha com buzina, que abriu e fechou mares e rios, pode continuar fazendo o que bem entende. Um Deus que, na forma de homem, curou cego cuspindo no chão, andou em cima d’água, pescou peixe com moeda na barriga, morreu na cruz e ressucitou de maneira espetacular, pode continuar fazendo o que bem entende.

Fiquei a observar os resultados. Sei que a indiferença generalizada que reinava na igreja antigamente virou entusiasmo. Sei que homens que antes passavam o tempo do culto a pensar em seus problemas ou a desnudar as mulheres com o olhar, hoje, tocados por uma compaixão estranha, choram como crianças e pregam o Evangelho com paixão. Sei que mulheres mal-amadas, endurecidas pela vida, de repente desabrocharam em flor, como a moça da janela de A Banda do Chico Buarque. No meio disso tudo, alguns de nós querem teologar em cima de experiências e desenvolvem toda uma filosofia da preservação da “unção” na igreja, carregada de proibições neuróticas e de culpa. Para se ter unção, não pode isto não pode aquilo; não pode roupa de uma determinada marca, não pode música de ritmo afro; só o que é judeu é santo, o resto pertence ao diabo – que, aliás, acaba sendo um sujeito mais criativo que o próprio Deus, que não conseguiu inventar nada além daquelas musiquinhas judaicas em tom menor.

Assim, para ter unção, dizem que o crente precisa viver fora do mundo e outras bobagens mais. E quem olha de fora, ou seja, os acadêmicos da religião, tenta racionalizar e entender cada detalhe, revestindo-se de preconceitos histórico-teológicos. Apesar de cristãos, são mais céticos do que os incrédulos. Do meu canto, observo uma mulher de vida difícil levantar-se do banco ir ao altar pela primeira vez, querendo ver a Jesus e sendo tocada por uma mão sobrenatural de amor que a faz chorar e rir durante horas. Naquele choro, sua alma é lavada, suas culpas freudianas são extirpadas, sua sensação de miséria interna se torna em valor precioso. E ela levanta dali numa inteireza que duzentas horas de sermão não produziriam.

Edgar Morin, grande filósofo da educação, fala sobre cegueiras paradigmáticas. Segundo ele, “um paradigma pode, ao mesmo tempo, elucidar e cegar, revelar e ocultar. É no seu seio que se esconde o problema-chave do jogo da verdade e do erro”. Ou seja, por ficarmos viciados num tipo de paradigma lógico, não conseguimos pensar fora dele, nem muitas vezes analisar coerentemente fatos do mundo ao nosso redor. No entanto, não somos capazes de perceber esse erro porque estamos presos na falsa lógica produzida pelos axiomas em que acreditamos.

O mundo protestante do Brasil hoje apresenta dois paradigmas principais – o dos experiencialistas, para os quais a experiência é tudo, o centro, a verdadeira razão de ser do Evangelho; e o dos racionalistas, que apesar de não admitirem abertamente, excluem a experiência do escopo de sua fé. Estes controlam o que é possível e racional no âmbito “espiritual”, discriminam experiências e vivências de acordo com sua própria concepção do que é ou não racional. Ambos sofrem de cegueira paradigmática. O grupo de cá, voltado para o supremo poder da experiência mística, cega-se para os desatinos que o “império dos sentidos” produz, e infelizmente ignora o leme racional da Palavra. Assim, anda à deriva, movido por ventos de doutrinas, medos legalistas e arroubos personalistas.

O grupo de lá, conservador e racional, primando pelo amor à Palavra, ignora o lado místico da fé, sem o qual a própria fé deixa de ter sentido. Perde a oportunidade de experimentar o mover legítimo e curativo de Deus, o derramar do Espírito Santo que foge à nossa capacidade racional de explicá-lo, ultrapassa nossos limites religiosos e alcança almas e corpos com curas e prazeres que nossa teologia casta e asséptica não é capaz de gerar. Do mesmo modo que o grupo experiencialista exclui toda lógica – e, muitas vezes, todo parâmetro bíblico de sua fé –, o lado metafísico de Deus se torna ausente da lógica viciada da teologia racionalista.

A verdade é que caráter nunca será ministrado por imposição de mãos. A unção nunca substituirá a cruz a ser carregada ao longo de nossa jornada, gerando o verdadeiro cristianismo. A educação e o entendimento da Palavra nunca poderão ser relegados ao segundo plano; nossas mentes devem ser lavadas e transformadas pelas Escrituras, sem a qual a revelação nem existe. Mas ainda assim, a brisa suave do noivo está passando – e, quando ele passa, nosso coração amolece e nossos olhos querem chorar. Ele me ama, e eu sinto isto. É bom adorar por horas seguidas, sem olhar o relógio, e sentir-se limpo, perdoado e próximo do Senhor. É bom saber que Deus é concretamente e transcendentemente eficiente e poderoso para curar corpos, almas, dores, mágoas e teologias... E não há prazer maior que este.

Fonte: Genizah, via: Revista Eclésia , via: Blog da Maya