terça-feira, 14 de abril de 2009

Deus é um artista


Nos últimos dias do verão podíamos contemplar no horizonte cinzento da capital paulista uma linda cena. Os tons amarelados, laranjas e vermelhos rasgavam o céu com sincronia e ritmo e até desprezavam a poluição. Os céus nos brindavam ao final da tarde, na hora da maior agitação, cenas de um cartão postal. Infelizmente, muitos cansados com o dia de trabalho e ainda com o trânsito infernal, nem sequer percebiam que as alturas estavam promovendo um espetáculo. Só posso concluir daquele pôr do Sol que Deus é um artista.
Reportando a gênese do universo, podemos imaginar o momento em que Deus cria a arte e vê que é uma boa criação. Infelizmente, com a pós-queda tudo no universo fica um tanto distorcido, inclusive os dotes artistas dos homens, que hoje são usados em sua maioria para a promoção de valores corrompidos. 

Desprezo pelas artes

Nós protestantes e pentecostais, lidamos muito mal com as artes. Costumamos demonizar mediante uma antipatia iconográfica. Poucos são os evangélicos lidando com artes plásticas, cênicas ou mesmo estudando a história da arte. E os literatos cristãos? Será que se torna mais difícil surgir um novo C.S Lewis, homem de sensibilidade nos contos infantis? G. K. Chesterton dizia que os contos de fada o tinham preparado para crer no Cristianismo: “Minha primeira e última filosofia, aquela que acredito com certeza absoluta, eu aprendi na creche”[1]. Os contos infantis permitiram que Chesterton despertasse o senso de maravilha. Por isso, você nunca viu uma criança cética.
O desprezo e exagero quanto as artes é tão grande, que você pesquisando nas páginas do Google, verá uma série de textos escritos por protestantes fundamentalistas que condenam as obras de cristãos literatos da fantasia, como C. S. Lewis, G.K. Chesterton e J. R. R. Tolkien. Infelizmente tais pessoas vêem maldades e setas satânicas em tudo.

Fazendo arte

Com exceção da música, onde os cristãos protestantes têm certa tradição, as demais facetas do mundo artístico estão nas mãos de pessoas desprovidas de valores cristãos. Ora, se os cristãos não ocupam os espaços públicos, certamente alguém fará. Não adiante reclamar que a arte contemporânea é anticristã, se os cristãos não produzirem elementos tão bons quanto.
Sob a idéia de uma cosmovisão cristã, é necessário construir em lugar de somente criticar. Os cristãos precisam ser produtivos, pois senão viveremos constantemente numa sociedade pervertida. Construir não é uma tarefa fácil, mas a sua necessidade é constante.
Os “escatofatalistas” pensam que não é preciso perder tempo com tais coisas, pois o fim se aproxima. Ora, a Bíblia incentiva uma vida de vigilância, mas nunca de inércia. A inércia mata e corroí, pois não é bíblica e nem cabe na mordomia cristã. Portanto, cabe a cada um de nós repensarmos até mesmos as artes.

Referência Bibliográfica:

[1] CHESTERTON, Gibert K. Ortodoxia. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2008. p 82

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabenizo o senhor pela sua coragem de falar muitas verdades
com amor mansidão e muito respeito para todos.
Concordo com suas afirmações sobre a relação dos cristões com as artes.
Eu passei por isso na minha propria pele, sou arquiteta e pintora, e durante muito tempo fui
muito criticada pela minha profissão. Hoje isso mudou um pouco
em algums ministerios. Graças a Deus por isso. Deus é O UNICO ARTISTA, ELE DERRAMA PARTE DE SUA VIRTUDE SOBRE TODOS OS QUE CONFIAM NELE NA SUAS FORMAS MAIS VARIADAS E DIFERENTES. PRECISAMOS COMPREENDER ISTO, E ACEITAR AS INFINITAS FORMAS E MANIFESTAÇÕES DA GRAÇA DE NOSSO CRIATIVO DEUS CRIADOR E SALVADOR.
AMO MEU DEUS. LOUVO A DEUS PELA SUA VIDA E A GRAÇA DELE MANIFESTADA A TRAVES DE SUA VIDA.
QUE DEUS CONTINUE LHE ABENÇOANDO MUITO SEU MINISTERIO, SUA VIDA E SUA FAMILIA.
GRAÇA E PAZ