sábado, 8 de agosto de 2009

Os profetas


Os profetas marcaram a história judaica por se oporem ao cerimonialismo religioso sustentado pela lógica sacrificial e pelo peleguismo sacerdotal. Eles forneceram conteúdos éticos à consciência política e ao tecido social. Os profetas encararam o rei para defender viúvas pobres. Amargaram a pobreza para denunciar desvios morais entre o povo.

Os profetas eram moscas que atrapalhavam a sala do perfumista corrupto; suas palavras, martelos que despedaçavam corações de pedra; seus olhos, faíscas do fogo consumidor da justiça. Se vidas corriam perigo, não temiam descer em fossas fétidas. Não havia dinheiro que os comprasse. Os profetas desmascaravam personagens que ritualizavam a espiritualidade, desdouravam promessas de paz e caminhavam na contramão do sucesso.

Os profetas detectavam os blefes do jogo do poder. De dedo em riste, saiam do palácio para clamar no deserto. Mesmo sabendo que não seriam ouvidos, insistiam em prenunciar os despenhadeiros que a falta de amor abria. Prometiam trevas pela falta de ética e morte pelo egoismo. Desprezados em vida, precisaram esperar que o futuro lhes desse razão. Mas mesmo assim perseveram sob ameaça de assassinato e ostracismo.

Os profetas sentiram as dores divinas. Percebendo que a história descambava, se colocavam na brecha. Vendo que os acontecimentos fugiam do controle divino, vociferavam maldições. Os profetas sofriam, indignados com a banalização da vida e com a morte desnecessária de inocentes. Mais que porta-vozes do além, encarnavam o coração paterno de Deus.

Os profetas foram sentinelas nas muralhas que protegiam as cidades, bússulas na incipiente ética primitiva, faróis da esperança futura. Israel deve a eles sua permanência histórica mesmo tendo sido considerado uma Sodoma e se mostrado mais vil que os povos inumanos que o rodeavam. O judeu só não desapareceu como esterco da história devido a Isaías, Ezequiel, Oséias e outros.

Os profetas continuam necessários. Sem eles, as pedras clamam, Deus não fala, o futuro inexiste, toda a perspectiva se esgarça e o inferno se viabiliza. Nunca se precisou tanto deles, principalmente, agora, nesse protestantismo cooptado pelo mercado e instrumentalizado pela ganância.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim


via Pavablog

7 comentários:

Alice disse...

...quando Deus usa alguém pra falar com a gente é assim...já te sigo no Twitter, agora te sigo no Blog e te add aos meus favoritos...ou seja: Fala Deus !!


super abraço pra vc

Alice

Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. João 4:22 disse...

creio que Deus hoje fala conosco através da Sua Palavra somente.Profetizar hoje e anunciar as Santas Escrituras (perfeita) para que tudo o que Jesus ensinou , a salvação do homem alcance a todos ... N ão creio em profecias de homens , somente na do Senhor !! Estamos nos últimos tempos nesta Terra e hoje vemos chuva de falsos profetas ... como Jesus pregou a dois mil anos atrás ,,, acorde povo ... Jesus está voltando !!

Maya Felix disse...

Muito bom, esse texto. Momento de inspiração rara na vida do Gondim.

Um abraço, pastor Julio,

Maya

Unknown disse...

Pr. Julio, graça e Paz!

Gostaria dos telefones de contato do Pastor(e-mail tb..heheh) para trazê-lo em nossa Igreja (Niterói -RJ)

Alan Araujo
alan.trading@hotmail.com

Anônimo disse...

Como vai Alan,
Que a paz do Senhor Jesus seja contigo,

Grato pelo seu contato,

Ai vão meus endereços de contato:

E-mail mais utilizado - prjuliopeniel@gmail.com

MSN - prjuliopeniel@hotmail.com (mesmo estando on line geralmente permaneço "invisível" pois não dou conta de conversar com muitas pessoas ao mesmo tempo. Chame, se eu estiver "on" atendo.)

Meu celular - (31) 8693-2812

Fone da Igreja - (31) 3361-0273 (é possível me encontrar lá somente nos horários de "cultos" se eu não estiver pregando em outro lugar).

Um abraço.

No amor de Cristo,

Pr Julio Soder

Raphael Fagundes disse...

Podemos nos considerar profetas se algo tem de ser dito a igreja, mesmo sendo revelado pelo esclarecimento da palavra através do espírito, e não só qndo uma voz como um trovão nos pede pra entregar uma mensagem a alguém? Mais do que nunca a bíblia dá um cheque-mate nos valores fúteis fundamentados por homens.

Se refletir-mos, todos os que tentam falar algo contra a posição da igreja, vigente talvez desde a chegada do evangelho nas terras tupiniquins, são apontados como deturpadores da palavra, como se a bíblia tivesse uma interpretação única e como se não fosse pessoal a revelação da palavra a cada um de nós.

O respeito com relação à opinião divergente tbm é 0, pessoas tentam inserir suas idéias aprendidas dos pastores esmagando as de quem tenta saborear mais a fundo o significado da mesma.

Devemos escutar tudo e reter o que é bom, mas hoje em dia ignoramos tudo que não venha do altar, deixando a oportunidade de viver melhor a palavra de Deus. O que eu vejo é a extrema necessidade em firmar o alicerce do Cristianismo na coração, como o amor e respeito ao próximo, e o amor incondícional a Deus.

Hoje se tem uma série de posições "éticas" mantidas por pessoas que com o tempo erram nos princípios mais fundamentais de caráter, que seja de berço ou de entendimento da palavra tem de estar muito bem formados na mente de cada um.

Será que são necessários profetas ou eles estão aê, e você na sinagoga os despreza por estar cego espiritualmente.

O profeta dificilmente estará de terno e gravata, estará coberto com peles e até imundo, sem boas maneiras perante a sociedade, porque para o mesmo o que importa é a verdade que vive.

O profeta não será o crente ideal para os parâmetros da vida cristã atual...

Cleber Souza disse...

Paz seja contigo pastor!

Temos o previlégio de falar do Deus vivo com a liberdade que poucos têem ao redor do planeta más, nossa nação se comporta como uma nação de profetas calados.
E uma pena termos que assistir repetidamente os capítulos de um filme cujo o nome é Brasil-O país da injustiça. Que os verdadeiros profetas possam se colocar de pé, prontos para a batalha e que através deles nossa nação possa acordar e clamar por justiça!

A paz,
Cleber Souza