Cristãos que se contentam com a normalidade dos fatos. Esse é o cenário da igreja brasileira, seja ela católica ou evangélica. Gente que não se importa com a injustiça. Gente que não percebe a ironia dos tiranos. Gente que não faz questão de confrontar poderes opressores estabelecidos. A igreja brasileira precisa romper com o ciclo de corrupção neste país. Precisa dizer não ao pecado estrutural que infesta a nação. Precisa encarnar seu caráter missional de transformação. A turma religiosa precisa compreender que enquanto a injustiça prevalecer, é necessário caminhar um pouco mais.
A igreja que não caminha transforma-se em gueto e não sai do lugar. A igreja em gueto é ensimesmada, concentra em seus próprios interesses e não faz questão do que está além do templo. Entretanto, a igreja que é de Cristo vai ao encontro das pessoas doentes. A igreja de Cristo é sinal de cura, não por vanglória, cobiça ou coisa parecida, mas simplesmente por amor. Esse amor deve ser evidenciado entre os seus membros, todavia, é perceptível a falta de amor dentro da própria igreja. Sem amor, as pessoas se corrompem, sem amor, líderes enriquecem no poder. A igreja por falta de amor tem se tornado mecanismo de corrupção.
É ilícito um líder cristão enriquecer com a pregação do evangelho, porque o evangelho ensina exatamente a renúncia, inclusive material. O reino de Deus não coaduna riquezas materiais com ministério pastoral. O pastor deve ser conhecido e reconhecido pela sua simplicidade de vida, pelo amor ao próximo, por sua paixão em anunciar o evangelho, e não pelos números de sua igreja ou seu status social. É mentiroso o líder que ensina qualquer forma de prosperidade financeira e material como sinônimo de benção. Eu desafio qualquer pessoa a me provar biblicamente que Jesus ensinou tais coisas.
Não há como mais suportar a licenciosidade de quem está no poder. A igreja que é de Cristo tem líderes parecidos com Cristo e não essa turma de irresponsáveis. A igreja que cala é covarde. Nosso papel é combater tudo isso sendo apenas sal e luz. Não somos os melhores, não somos os mais santos, todavia, somos os que não se calam, mesmo que seja no anonimato. Se não for assim, começo a duvidar de que chegamos ao ápice da mediocridade.
Extraído de Emeurgência
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