A igreja não tem defesa.
Ela é de forma multiplicada o que cada um é individualmente: miseravelmente pecadora.
Embora no Antigo Testamento, o livro de Oséias se refira à Israel e não à Igreja, mas com a mesma natureza perversa, ela pode ser comparada à uma prostituta em que o marido anda contantemente a buscá-la no prostíbulo.
Ela vive se corrompendo e traindo o seu Senhor, que sempre na sua amorosa e sacrificial paciência, a tira das enrascadas. Ele, de forma louca e radical, se entregou à morte para salvá-la espiritualmente e agora, noutra manifestação de sua misericórdia, irá salvá-la dela mesma, através do arrebatamento, a fim de que ela não se auto-destrua pelo excesso de corrupção.
Não é preciso ser muito observador para perceber que a Igreja Instituição está irremediavelmente corrompida. Quem pensa que a situação chegou a um limite insuportável ainda ignora que, segundo as Escrituras, a situação da Igreja Instituição vai piorar. Ela ainda se aliará ao poder político e econômico estatal e, por amor a este mundo, adotará os princípios humanistas vigentes, desencadeando o que a bíblia chama de "A Apostasia".
Em razão de tudo isso muita gente inteligente e que ama ao Senhor têm abandonado as suas congregações formando um contingente não organizado e isolados uns dos outros, com raras exceções, denominado, não sei por quem, de "os dissidentes sem igreja (instituição)".
Frustrados e cansados de ver os desmandos do sistema eclesiático, a atitude destes irmãos é bastante compreensível e não cabe a eles julgamento; mas examinando as Escrituras e a história da Igreja, não parece ser esta a decisão mais acertada, mesmo diante deste estado de coisas.
Apesar de toda religiosidade e mediocridade das reuniões da Igreja Instituição Imergente, que vai de mal a pior, estes irmãos privam a si mesmos e aos outros de uma das características principais da igreja, que é a "comunhão dos santos". Comunhão esta composta das variedades e diversidade de caracteres, temperamentos, pensamentos e níveis de espiritualidade e não somente daqueles que mais nos agradam ou compartilham modos de pensar.
Estes irmãos também deixam de contribuir com o discipulado e a edificação de outros irmãos mais novos e inexperientes, transmitindo e ensinando aquilo que aprenderam, mesmo alegando que encontrarão oposição, dificuldades e trabalho não reconhecido.
Estes irmãos também deixam de ser uma voz questionadora e pensadora na congregação, entregando-a à mercê de líderes medíocres e/ou inescrupulosos, mesmo alegando oposição e incompreensão da liderança. Já viu profeta de casa ter honra?
Olhando para a história vê-se que a denúncia do pecado da igreja só teve eficácia quando partiu de dentro dela; quando vem de fora encontra rejeição unida. Só tem direito à crítica que está dentro, sofrendo junto.
Lutero, o homem que conseguiu fazer uma revolução e uma mudança significativa na igreja, não foi um dissidente; foi um excluído, mas aí é outra história. Ele lutou, questionou, discordou de dentro dela e por ela. Segundo suas próprias palavras, jamais tencionou abandoná-la.
Quando a crítica à Igreja Instituição Imergente, que vai de mal a pior, parte da dissidência, ela é vista e recebida como oposição aliada ao mundo e que contribui mais para a sua depreciação do que para a sua purificação.
Desistir, fugir, abandonar não requer muita espiritualidade; esta é uma atitude bem natural.
Além do mais, o Senhor Jesus Cristo continua se manifestando e fazendo a Sua obra através do Seu Corpo, que é constituido também e principalmente pela Igreja Institução Imergente, que vai de mal a pior.
Apesar da religiosidade e mediocridade das reuniões da Igreja Instituição Imergente, que vai de mal a pior, é ali, e não entre os dissidentes, que a maioria das pessoas que ainda não conhecem o Salvador, ouvem, mal ou bem, de forma clara ou distorcida, a respeito da pessoa e da obra do Senhor Jesus Cristo. (excluindo a Record, lógico; aí também não, né?).
É na comunidade da Igreja Instituição Imergente, que vai de mal a pior, que casamentos e familias encontram, mal ou bem, restauração e terapia através de relacionamentos empáticos, mesmo que seja recheado de clichês e pieguice.
É no âmbito da Igreja Instituição Imergente, que vai de mal a pior, que se faz, há muitos anos e não divulgado pela mídia, de forma proselitista ou não, verdadeira assistência social neste país e não através de pseudo programas placebo e eleitoreiros governamentais.
É a Igreja Instituição Imergente evangélica, que vai de mal a pior, que ainda faz recuperação de quimio-dependentes com algum índice positivo considerável neste país e no mundo; sendo combatida pelo modelo psico-social humanista do governo, acusando-nos de imposição religiosa, apesar dos índices ridículos dos modelos de programa governamentais.
É a Igreja Instituição Imergente, que vai de mal a pior, que ainda mantém a níveis suportáveis, através da pregação de valores bíblicos absolutos (que muitos consideram preconceituosos), consequências destrutivas da depravação moral.
É a Igreja Instituição Imergente, que vai de mal a pior, que ainda, mal ou bem, promove, treina, envia e sustenta, de forma proselitista ou não, a força missionária mundial.
Essa análise é superficial e a grosso modo e há muita coisa a se refletir e dizer. O que me entristece é que as cabeças pensantes pensaram em agradar a si mesmos, entregaram a igreja aos lobos e deixaram seus lugares e posições de ação e foram para suas cavernas a filosofar, deixando-nos, muitas vezes, num ministério de Urias.
Apesar de parecer, essa não é uma tentativa de defender a Igreja Instituição Imergente, que vai de mal a pior.
Ela não tem defesa e nem esperança nela mesma. Sua única esperança é a intervenção arrebatadora do Senhor Jesus Cristo.
Este barco chamado Igreja Instituição, que vai de mal a pior, está destinado a afundar.
Mas eu não sou idiota; não vou afundar com ele.
Mas uma coisa sei: só pulo dele quando não houver mais dois ou três reunidos para o Senhor estar no meio.