A
religião mágica, supersticiosa, mercantilista e interesseira está
procurando manipular Deus em favor de benefícios próprios, usando
mecanismos pseudo-religiosos. É a procura de entender a fé como um
seguro de vida, a todo risco. É um conceito avassalador da religião e
de um cálculo mercantil da prática religiosa, por demais comercializada
pela multiplicação de denominações religiosas que se espalham pelos
quatro cantos das ruas.
Procedem quantos se esquecem de que a fé
é um risco e uma resposta sem cálculo ao amor de Deus que em Cristo nos
amou primeiro e sem medida. A fé não é evidência deslumbrante, mas
obscura claridade que ilumina nosso titubeante caminhar.
Superstição
e culto mágico são fruto de uma fé malformada que confina a religião e
a imagem de Deus num estado primitivo. Consiste em querer aproveitar-se
de Deus, colocando-o a serviço dos próprios interesses e segurança, em
vez de procurar o seu serviço e o do próximo, em espírito e verdade.
Intentar manipular a esfera do sagrado em proveito próprio em vez de
colocar-se à vontade do Altíssimo é magia e idolatria refinadas.
Nas
religiões primitivas de cunho mágico e supersticioso os devotos dos
deuses ofereciam sacrifícios para aplacar sua ira ou lhes davam coisas
para mantê-los propícios. Mas, em nada esse culto comprometia a vida
pessoal, não convertendo o coração da criatura humana. Ainda hoje essa
atitude se repete entre não poucos que
se dizem cristãos. Infelizmente, o homem e o mundo atuais estão
marcados pela descrença, inclusive, às vezes, do ateísmo militante e
quase sempre do agnosticismo indiferente.
O grito “Deus está
morto, passagem livre para o super-homem” que, ao descer da montanha,
vinha apregoando o Zaratustra de Nietzsche, conjurou o surgimento dos
ídolos que querem ocupar o altar do Deus destronado. Na peça do falso
profeta armaram sua tenda de quinquilharias, o culto ao homem, o
domínio político, o abuso do poder central ou dos grupos de pressão, a
manipulação social, a exploração do semelhante, a violência, a
alucinação do sexo, do álcool e das drogas e o deus consumismo que é um
dragão de muitas cabeças e tentáculos.
Deve-se reconhecer que
para muitos o verbete “deus” é tão genérico e vazio de conteúdo que se
perde num difuso panteísmo. Deus criou o homem à Sua imagem e
semelhança; mas que adiantou, diz o famigerado Voltaire, se o homem lhe
paga na mesma moeda: criando Deus à sua imagem e a seu desejo?
Entretanto, a história revela que nós somos precisa projeção de Deus e
não Deus criação nossa: Deus é o molde do homem e este O reflete, mas
jamais O inventa.
Fonte: Pavablog
Um comentário:
Achei interessante esse texto.
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