segunda-feira, 13 de julho de 2009
Novos papéis para Pais
Esclareço desde logo que não estou advogando mudanças radicais nas funções e obrigações milenares que pais têm sobre seus filhos. Mas estou, sim, direcionando os valores tradicionais representados por alguns verbos como: amor, cuidar e dialogar - para nos atermos a essas ações básicas e universais.
Temos um novo ser em nosso lar. É uma criança (ou um adolescente) muito diferente do que eramos ou do que foram, aqueles em gerações intermediárias. Isso por causa de hábitos e modos de se relacionar com e no contexto em que vivem.
Temos que prestar atenção nas nossas crianças, que não mais atuam debaixo de uma égide analógica e sim digital. Semelhante à mesma naturalidade com que usufruimos de água encanada e eletricidade, eles hoje têm transparência nas interfaces digitais que os cercam. Inclusive porque são mais propensos a valorizar - tanto em aquisição como em uso - essas plataformas carregadas de tecnologia que conectam e simplificam o dia a dia.
Fico sabendo que Hospitais estão utilizando ipods como um componente para minorar o baque de uma terapia ou de um internamento. As pessoas ficam concentradas em si ao ouvirem músicas, uma narração bíblica ou mesmo uma seleção de poesias - e se desvencilham da conversa-fofoca pessimista de acompanhantes e outros pacientes. Não - não é falta de educação. É prioridade no paciente.
O uso dessa 'plataforma' ou equipamento -vem para o jovem com total naturalidade. Só para contrastar, lembro que recentemente, ao se completar 30 anos do lançamento do walkman, foi dado a um jovem digital para descobrir os usos daquele componente do tamanho de um tijolo. Ele não imaginava que precisava trocar de lado a fita cassete. E que o rádio tivesse tanta interferência. E o peso ...
Essas transições de interface, e o rápido crescimento de redes sociais, têm permitido aos mais jovens ampliarem seus contatos. Hoje amigo e amizade ganham novas conotações. Se o pai pergunta: "Quem é esse amigo seu aqui do Orkut?" poderá receber como resposta um "não sei - não o conheço"! Esta é uma situação muito comum e tem algumas lições práticas, a serem discutidas neste fórum.
Já quando o jovem sai de casa para atividades sociais, os amigos participam da sua amizade, ganhando sentido de companheirismo. É quase certo que refere-se a amigos de contatos pessoais (escola, clube, vizinhança, igreja). A interface digital que também os conecta, reforça esse companheirismo e os laços sociais presenciais.
O que observamos é que o papel de acompanhar ganha contornos diferenciados. Não é uma situação preto no branco. Não é para liberar todos os amigos (a idade do filho influi aqui) e nem para excluir de imediato. O mesmo procedimento se aplica nos companheiros. São novas regras sociais que abrangem essa geração de Nativos Digitais. E os pais devem saber interpretar e se contextualizar dentro desse novo mundo. E com o diálogo, iremos aprender e nos situar de maneira equilibrada e positiva.
Na próxima postagem vamos discutir alguns pontos práticos, incluindo-se o que fazer e como fazer.
Fonte: Meu Filho Digital
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