Desde meados dos anos 90, muita coisa mudou nos hábitos de escrita e comunicação no mundo todo com a popularização da Internet, surgindo o “Internetês” que é uma forma de expressão grafolinguística que explodiu principalmente entre adolescentes que passam horas na frente do computador no Orkut, chats, blogs e comunicadores instantâneos em busca de interação – e de forma dinâmica.
No Brasil, cerca de 15 bilhões de usuários troca 500 milhões de mensagens por dia por meio do Messenger (MSN) – programa da Microsoft. A linguagem da comunicação on-line, o internetês, rompeu os limites a que estava restrito, invadindo a TV e até a escola. O uso constante de computadores influencia a relação dos alunos com a escola e, em particular, a língua. De acordo com a professora e tutora do Portal Educação, Juliana Daher Sabatin, a linguagem da internet é, de fato, algo bastante moderno para muitos profissionais da educação. “Nós, professores de língua materna, precisamos buscar alternativas eficientes que consigam suprir as necessidades emergentes da tecnologia. Não se pode recriminar ao extremo, nem tampouco, liberar geral”, afirma Juliana.
Hoje, mais do que nunca, deve-se se prender mais ao ensino das variantes lingüísticas, ou seja, demonstrar ao aluno que não existe o certo ou o errado, o que existe é o uso adequado ou inadequado a certas situações. “Quando ele escreve no MSN ‘axo’ ele está empregando uma variante permitida àquele contexto, diferente de empregar ‘pq’, ‘vc’, entre outros exemplos, num momento de escrita culta, formal, como uma avaliação ou trabalho escolar”, ressalta a tutora do Portal Educação.
O contato com a Internet, com o objetivismo, pode até deixar os jovens à mercê da leitura de livros, revistas entre outros, porém, para o especialista em Educação a Distância e tutor do Portal Educação, Enderson Lara, “o maior problema da pesquisa na internet não é o imediatismo a que o aluno tem acesso, certamente, o maior problema é a falta de orientação”, declara o especialista e ainda afirma que “existe na internet uma gama de revistas científicas conceituadas, jornais com versão on-line, artigos de autores de destaque e até livros divulgados para leitura na íntegra”.
Para o tutor, os alunos são muitas vezes “taxados” como plagiadores (Ctrl C e Ctrl V), mas os educadores não orientam os estudantes a leituras direcionadas. “O banco de dados existente na internet é de uma riqueza sem tamanho, e eu não vejo essa riqueza como concorrente dos livros e revistas impressas e, sim, como complemento da leitura e mais, esse banco de dados poderia se tornar um aliado da educação, o que falta é o conhecimento dessas informações pelos professores, para que os mesmos possam orientar seus alunos no momento de fazerem suas pesquisas”, complementa.
O aluno instigado e motivado à pesquisa, ao debate e ao estudo, certamente produz e traz resultados. Diferentemente ocorre quando o professor leva o aluno à sala de tecnologia e produz uma aula muito inferior aos conhecimentos daquele aluno, ou não tem domínio das ferramentas tecnológicas, ou pior ainda, não planeja aula nenhuma, deixa correr “solto”. Juliana Sabatin diz que “a não adaptação dos professores às novas formas de ensino e a intolerância ao vocabulário da internet, só faz a retardar os avanços tecnológicos na educação”, conclui a tutora.
Fonte: Pantanal News
Um comentário:
Caríssimo Julio,
Boas pesquisas e legal voce compartilhar esses achados.
Em retribuição, lhe dou este aqui - pra mim é a mais sensacional abordagem acerca da educação dos últimos tempos:
http://www.youtube.com/watch?v=dGCJ46vyR9o
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