quinta-feira, 30 de abril de 2009

Repensando a fé


Ricardo Gondim

Certas coisas perderam ímpeto dentro de mim. Certas afirmações se esvaziam antes que alcancem o meu coração. Certas concepções já não fazem sentido quando organizo o meu dia.

Minha fé deixou de ser uma força dirigida a Deu que o induz a agir. Entendo fé como coragem de enfrentar a existência com os valores do Evangelho. Fé significa uma aposta; a verdade vivida e revelada por Jesus de Nazaré tornou-se suficiente para que eu encare as contingências do mundo sem me desumanizar. Fé não movimenta o Divino, mas serve de pedra de apoio onde me impulsiono para a deslumbrante (e perigosa) aventura de viver.

Já não espero que uma relação com Deus me blinde de percalços. Não acredito, e nem quero, que Deus me revista com uma carcaça impenetrável. Acho um despautério prometer, em meio a tanto sofrimento, que uma vida obediente e pura gere segurança contra doenças, acidentes, violência.

Considero leviano afirmar que, quando as mulheres oram, Deus poupa seus filhos de se envolverem com drogas, promiscuidade e outros males. Por que Deus ficaria de mãos atadas ou indiferente diante das opções, muitas vezes atrapalhadas, de rapazes e moças? Quer dizer que, se os pais não vigiarem, Deus permite que os filhos se percam? Como Deus induz alguém a se arrepender; Ele arrasta pela força em resposta ao pedido dos pais? Será se a "salvação" dos filhos não depende tanto de uma intervenção divina, mas do exemplo dos pais?

Tanto no Antigo Testamento como no ministério terreno de Jesus, há relatos de que Deus se recusa a manipular ou coagir para trazer qualquer pessoa para si. Deus é amor e quem ama se torna vulnerável ao abandono. Um exemplo clássico vem do profeta Oséias que encarnou um repudio semelhante ao de Deus.

Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho. Mas, quanto mais eu o chamava mais eles se afastavam de mim (11.1).

No evangelho de Lucas, Jesus lamentou sobre a cidade de Jerusalém que, além de repetir o padrão de perseguir os profetas, o rejeitou:

Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! (13.34).

Não acredito que, para os que cumprem ritos religiosos, a existência se transforme em céu de brigadeiro. Não imagino que, ao obedecer corretamente os mandamentos, o mar da vida deixe de ser arriscado.

Orar de olhos fechados, debulhar terços em rezas, pedir ajoelhado, fazer campanhas, interceder ferozmente nas vigílias, clamar aos gritos, nenhuma dessas expressões religiosas significa devoção, se contempla vantagens que outros mortais, que não fizerem o mesmo, não alcançarão. Considero-as puro clientelismo, vãs repetições, murros em ponta de faca, mistura de ilusão com esperança.

Assemelham-se ao esforço da tartaruga que sonha com as altitudes, mas se vê obrigada a respirar o pó da estrada.

Acho indigno um cristão pedir que Deus lhe ajude a passar em concurso público. Aliás, considero um horror ético. Da mesma forma, em economias que produzem excluídos, não é lícito rogar que “o Senhor abra uma porta de emprego”. Não faz sentido conceber que o Todo Poderoso consiga recolocar mais pessoas no mercado de trabalho de países emergentes do que nos bolsões miseráveis do mundo, onde bilhões sobrevivem com menos de 1 dólar por dia.

Já me indispus com grandes segmentos do mundo evangélico, mas não consigo calar. Por todos os lados, ouço clichês como se fossem afirmações piedosas de fé. Infelizmente, tais jargões cumprem o papel ideológico de afastar as pessoas da realidade, empurrando-as para o delírio religioso. Religião, nesse caso, não passa de ópio.

Soli Deo Gloria.

Fonte: Pavablog

terça-feira, 28 de abril de 2009

"Século de Vitórias"

Clipe da música “Século de Vitórias” composta por Thiago Marques em homenagem ao Centenário do Internacional.

Os filhos de Deus # Podcast 5


Palavra pelo Pr Julio Soder em 26/04/2009 (Estou trabalhando para melhorar a qualidade das gravações. Agradeço a sua paciência).

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sábado, 25 de abril de 2009

Para Ele


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Missões no Cárcere # Podcast 4


Missões no Cárcere

Mensagem pelo Pr Julio Soder na Igreja Peniel do B.A.
em Contagem-MG - Maio/2008

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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Os Magos do Oriente - Podcast # 3


Mensagem pelo Pr Julio Soder - Igreja Peniel de Porto Velho-RO - Out/2007


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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Entre Anjos e Bestas Feras


Definitivamente não sou bom. E para ser honesto, nem quero ser. Tenho medo dessa falsa bondade pseudo-religiosa que faz com que os homens vejam os outros como seus inferiores, ao ponto de desprezar àqueles com quem Cristo compartilhava suas refeições e seus momentos alegres, debaixo da escusa de não se contaminarem. Não, senhores: Essa bondade eu desprezo! Cubram-se outros com esse manto de hipocrisia. Prefiro dar a conhecer a minha natureza humana, e em minha humanidade e imperfeição aguardar a suprema redenção que me trará Cristo.

Blaise Pascal disse que “o homem não é anjo e nem animal”, e que “aqueles que pretendem ser anjos, acabam se convertendo em animais”. Eu não sou anjo! No máximo um de asas desplumadas e auréolas tortas. E se você quer saber, o pseudo-protestantismo brasileiro está assim decadente, porque os homens um dia quiseram ser anjos. Eles quiseram ser deuses, e se converteram em animais. Deus me livre de ser tão santo, ou tão puro. Deus me livre de ser um anjo. Prefiro ser um homem que depende totalmente da justiça de Deus.

Disse Soren Kierkgaard: “O homem nasce e vive em pecado, nada podendo fazer a seu próprio favor , a não ser prejudicar-se”. Sim, esse sou eu! Tão sujo que posso reconhecer o valor do sangue de Cristo para lavar-me; tão pecador que sei que nada posso fazer para salvar-me; tão morto que não tive forças para gritar e pedir por auxílio; e tão perdido que sou capaz de devolver gratidão ao Deus que me achou.

E mesmo após ser conquistado e vencido pela graça, não posso arrogar perfeição: pois essa mesma graça me faz enxergar com mais luz o meu pecado e o intransponível abismo entre eu e o meu Salvador. Há apenas uma coisa que é capaz de ligar extremos como o céu e terra, o santo e o profano, meu Senhor e eu: A cruz de Cristo. É ela a única esperança que me resta, a minha sorte e porção no mundo, e a única fonte capaz de regenerar minha natureza humana.

Por Leonardo G Silva - Th.M.

Via:
Pulpito Cristão ( Leia o texto completo)
- Leia também: Sobre os bons, os maus e o grande paradoxo da criação

terça-feira, 14 de abril de 2009

Comunidade Religiosa



Como a atuação da igreja pode limitar e perverter a fé dos seus membros, reduzindo o Cristianismo a práticas religiosas vazias e sem relacionamento íntimo com Deus.

Comunidade Religiosa

                                                                                                             
Ouça o áudio da mensagem no player na coluna à direita.                                                                                                        

Deus é um artista


Nos últimos dias do verão podíamos contemplar no horizonte cinzento da capital paulista uma linda cena. Os tons amarelados, laranjas e vermelhos rasgavam o céu com sincronia e ritmo e até desprezavam a poluição. Os céus nos brindavam ao final da tarde, na hora da maior agitação, cenas de um cartão postal. Infelizmente, muitos cansados com o dia de trabalho e ainda com o trânsito infernal, nem sequer percebiam que as alturas estavam promovendo um espetáculo. Só posso concluir daquele pôr do Sol que Deus é um artista.
Reportando a gênese do universo, podemos imaginar o momento em que Deus cria a arte e vê que é uma boa criação. Infelizmente, com a pós-queda tudo no universo fica um tanto distorcido, inclusive os dotes artistas dos homens, que hoje são usados em sua maioria para a promoção de valores corrompidos. 

Desprezo pelas artes

Nós protestantes e pentecostais, lidamos muito mal com as artes. Costumamos demonizar mediante uma antipatia iconográfica. Poucos são os evangélicos lidando com artes plásticas, cênicas ou mesmo estudando a história da arte. E os literatos cristãos? Será que se torna mais difícil surgir um novo C.S Lewis, homem de sensibilidade nos contos infantis? G. K. Chesterton dizia que os contos de fada o tinham preparado para crer no Cristianismo: “Minha primeira e última filosofia, aquela que acredito com certeza absoluta, eu aprendi na creche”[1]. Os contos infantis permitiram que Chesterton despertasse o senso de maravilha. Por isso, você nunca viu uma criança cética.
O desprezo e exagero quanto as artes é tão grande, que você pesquisando nas páginas do Google, verá uma série de textos escritos por protestantes fundamentalistas que condenam as obras de cristãos literatos da fantasia, como C. S. Lewis, G.K. Chesterton e J. R. R. Tolkien. Infelizmente tais pessoas vêem maldades e setas satânicas em tudo.

Fazendo arte

Com exceção da música, onde os cristãos protestantes têm certa tradição, as demais facetas do mundo artístico estão nas mãos de pessoas desprovidas de valores cristãos. Ora, se os cristãos não ocupam os espaços públicos, certamente alguém fará. Não adiante reclamar que a arte contemporânea é anticristã, se os cristãos não produzirem elementos tão bons quanto.
Sob a idéia de uma cosmovisão cristã, é necessário construir em lugar de somente criticar. Os cristãos precisam ser produtivos, pois senão viveremos constantemente numa sociedade pervertida. Construir não é uma tarefa fácil, mas a sua necessidade é constante.
Os “escatofatalistas” pensam que não é preciso perder tempo com tais coisas, pois o fim se aproxima. Ora, a Bíblia incentiva uma vida de vigilância, mas nunca de inércia. A inércia mata e corroí, pois não é bíblica e nem cabe na mordomia cristã. Portanto, cabe a cada um de nós repensarmos até mesmos as artes.

Referência Bibliográfica:

[1] CHESTERTON, Gibert K. Ortodoxia. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2008. p 82

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Podcast: Ansiedade - Ouça a Palavra

Ansiedade - 13:23 min
      
Este é um teste de podcast: Ansiedade - Pr Julio Soder

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Evangelho como produto



Quem vende o "evangelho", vende o que não tem. Fora das “aspas” propaga-se loucura! Loucura aos olhos humanos.

Sendo homem de marketing, certa vez ouvi de um pastor: Bom ter um cara como você aqui, que fez marketing para grandes empresas (Coca-Cola inclusive, risos). Vais dar muitos frutos para a nossa igreja.

 Eu perguntei: Como? Por conta da experiência com marketing? Sim, claro, respondeu o pastor. Amado, lhe disse, o que eu achei não se vende, apenas se propaga e espera-se pela ação de Espirito de Deus. Se eu fosse contratado para fazer o marketing plan de um “produto” assim, nem começava. 

Pensa bem: Meu produto é loucura, a entrega do principal é post mortem, meus clientes estão todos cegos, seus corações estão duros. O preço do produto é impagável: Santo Sangue de Jesus. Não há marketing possível: Preço não se mexe, Produto é loucura, Propaganda só para cegos e Entrega na eternidade. 

Sobra-nos a distribuição. Podemos abrir pontos de entrega - lojas, por assim dizer e esperar que loucos, cegos e mortos nos encontrem. Ou faz assim, ou muda o produto. [...] O pior é que andam mudando!

Danilo Fernandes
***
Danilo Fernandes é Bacharel Economia pela UFRJ e MBA em Marketing pela Louisiana State University.

Fonte: Púlpito Cristão

segunda-feira, 6 de abril de 2009

100 anos do Internacional, parabéns.


Parabéns pelo aniversário de 100 anos do Internacional. Todos os colorados estão muito felizes com esta festa. A comemoração será em todos os lugares deste Estado e também em outros, pois há colorados em todo o mundo.

Hino do Internacional

sport club internacional

Composição: Nélson Silva

Celeiro de Ases (Nélson Silva, 1957)

 

Glória do desporto nacional

Oh, Internacional

Que eu  a exaltar

Levas a plagas distantes

Feitos relevantes

Vives a brilhar

Correm os anos, surge o amanhã

Radioso de luz, varonil

Segue tua senda de vitórias

Colorado das glórias

Orgulho do 

É teu passado alvi-rubro

Motivo de festas em nossos corações

O teu  diz tudo

Trazendo à torcida alegres emoções

Colorado de ases celeiro

Teus astros cintilam num céu sempre azul

Vibra o Brasil inteiro

Com o clube do povo do Rio Grande do Sul

Veja reportagem em ZeroHora
Veja todos os títulos conquistados pelo Internacional.
Veja fotos da festa em ZeroHora

Viver não é para amadores


Todos vivem em constante tensão. A vida é complexa, muitas vezes paradoxal e plena de riscos; não é um passeio despretensioso. Cada pessoa é responsável e, ao mesmo tempo, vítima das circunstâncias. Cada estrada que se escolha se desdobra em alguma bifurcação. Uma simples decisão gera desdobramentos mil. Os poetas, os místicos e os filósofos já perceberam o siso necessário para enfrentar a imensa aventura de viver. Todo instante é inédito e exige a precisão de um relojoeiro.

Viver não é para amadores. Tudo o que se faz produz ondas, iguais às de uma pedra jogada no meio da lagoa. As escolhas, semelhantes a círculos concêntricos, espalham-se. No caso da pedra, as marolas se dissolvem nas margens do lago. Com os humanos, as conseqüências se alastram para sempre. Ninguém tem o controle dos efeitos de suas escolhas, eles repercutirão eternamente.

Viver não é para amadores. Os pais influenciam os filhos e os filhos formam famílias. Tanto bondades como maldades se reproduzem por gerações. Crianças sofrem as seqüelas das famílias disfuncionais. Muitas, oprimidas por mães castradoras, não conseguem criar os filhos. Se os pais atinassem para a sua importância na formação emocional e nos valores éticos de seus filhos, menos pacientes procurariam clínicas psiquiátricas e menos penitenciárias seriam construídas.

Viver não é para amadores. Sem saber organizar os desejos, a vida pode se perder com projetos irrelevantes. Sem dar sentido ao cotidiano, a existência pode patinar no tédio. São necessários princípios, verdades e valores para direcionar o cotidiano. As pressões têm a capacidade de destruir quem não fizer escolhas responsáveis.

Viver não é para amadores. Os indivíduos precisam uns dos outros e se ferem ao mesmo tempo. O próximo pode ser fonte de alegria e de frustração. Empobrecem os que tentam isolar-se para não passarem por decepções. Não é possível resguardar-se do amigo sem perder o viço. Só viverá bem quem não considerar o outro a razão do seu inferno. O céu pertence aos que aprenderam a relevar as inadequações alheias. Só o longânimo tem chance de ser feliz.

Viver não é para amadores. A existência é imprevisível. Não há como controlar a história ou situar os eventos futuros dentro de qualquer lógica. Por mais que os religiosos prometam, os filósofos pretendam e os sociólogos estudem, a história não se prende aos trilhos do destino. De repente, sempre de repente, chega o improvável e nessa hora será preciso coragem para não desistir. A viagem rumo ao porvir requer brios.

Viver não é para amadores. Não é fácil equilibrar o lazer com o dever, o ócio com o trabalho. Muito lazer produz tédio; muito dever, estressa. A preguiça acompanha o ócio e a fadiga, o trabalho. O Eclesiastes avisou que há tempo para todas as coisas: “tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou, tempo de cozer e tempo de rasgar, tempo de juntar e tempo de espalhar o que se juntou”. Portanto, só vive quem souber transitar entre acontecimentos tão contraditórios.

Viver não é para amadores. Depressão e riso, alegria e tristeza formam a história de cada um. Quem foge da tristeza acaba neurótico, em negação, à procura de um mundo ilusório. Por outro lado, quem não sabe rir termina inclemente, à caça de gente para povoar o seu purgatório.
Viver não é para amadores. O sofrimento do mundo dói muito e não é possível evitá-lo. Contudo, é preciso achar alegria para celebrar aniversários, casamentos e formaturas. Os que se blindam para não sentirem a dor universal, sucumbem cínicos. Já os inconformados com o sofrimento universal são atraídos pelo rancor.

Viver não é para amadores. O tempo passa velozmente carregando tudo e todos. A pior angústia? Ver a areia da ampulheta, o pêndulo do relógio, a avisar que o calendário escasseia. Alguns não se dão conta que jogam a vida no lixo. Vaidades e megalomanias são ladras dissimuladas. Eternizar cada instante parece um esconderijo onde mora o segredo da felicidade.

Viver, definitivamente, não é para amadores. Que ninguém se atreva a querer tocar a vida só. Portanto, “se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida”.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim