Pregadores devem ser discípulos autênticos de Jesus.
São chamados a serem pilotos de prova daquilo que pregam. Encarnação e exemplo de suas mensagens. É daí que vem a sua autoridade e o direito de serem ouvidos. Dizia-se de Jesus, encarnação da mensagem, que ele falava como quem tem autoridade e não como os escribas (teóricos).
Pregadores devem ser livres. Não podem pregar desapego aos bens materiais enquanto levam uma vida de ostentação. São chamados a ser e viver, guardadas as devidas proporções, imitação até da vida social de Jesus, que não tinha onde reclinar a cabeça. Que não levassem para o caminho dinheiro e vestuário extra e que vivessem entre o povo uma vida simples, eram os requisitos apresentados para o proclamador do evangelho.
Paulo asseverou que os apóstolos eram como que espetáculo (indesejável) para o mundo; pobres mas enriquecendo a muitos. Sua autoridade e lista de bênçãos eram comprovadas pelo maior número de açoites, prisões, perseguições e aflições de todo o tipo no seu currículo.
Pregadores são chamados a ser, de acordo com as proporções da cruz de cada um, uma réplica da vida de Jesus. Suas biografias e vida social devem conter os mesmos elementos da vida de Jesus: Simplicidade, desapego, dependência, incompreensão, desonra, perseguição, traição e morte.
Todo pregador sincero e dependente do Espírito Santo experimentará, no seu nível, as sensações, afrontas e emoções que Jesus experimentou.
Experimentará a incompreensão e desonra como um profeta em sua terra e na própria casa.
Experimentará a ingratidão e traição. Ele encontrará o seu Pedro, que se omitirá, e o seu Judas, que o trairá para a morte. Serão traídos, como Jesus, por gente do seu próprio meio. Irmão trairá irmão, como diz a Escritura.
Talvez alguém possa pensar que isto é um exagero fantasioso, mas isto já está acontecendo. Na India, atualmente, os proclamadores do cristianismo estão sendo perseguidos e mortos: os pregadores e pastores.
Quando o ódio sobre os cristãos aumentar, ele será direcionado para a voz que os representam: os pregadores que, mal ou bem, denunciam o pecado e os valores contrários à sociedade humanista corrompida.
Como em qualquer revolução, a implantação de uma nova mentalidade requer a eliminação dos detentores da mentalidade antiga, os pregadores serão os primeiros alvos.
Devido ao péssimo exemplo de alguns pregadores e pastores, falsos obreiros, que por cobiça tem se assenhorado do rebanho, corroborado pela indolência do mesmo em conhecer as Escrituras e exercer o sacerdócio universal, os pregadores e pastores, com a concordância de muitos cristãos esperançosos de uma nova ordem mundial, já estão sendo alvo do ódio da sociedade. É assim que se fabrica um preconceito: rotulando uma classe e não observando pessoas.
Quando a revolução humanista explodir, tendo, na esperança de um novo cristianismo, cristãos bem intencionados como aliados, os pregadores serão o alvo símbolo.
Isto não é uma tentativa de impedir um acontecimento, isto é anunciação de um fato; história contada antecipadamente. Nada mais nada menos do que a linha dos acontecimentos já preditos na Escritura. Quem viver verá, não no noticiário sobre a India, mas na rua da sua casa.
Se assim sucedeu ao galho verde como não seria ao seco.
Antes de ser um símbolo para a ressureição, a cruz é símbolo de morte. A morte singra toda a Escritura. Não é a toa que Jesus estabeleceu sangue e corpo, derramado e entregue, como memorial. Se o grão não morrer, fica só, mas se morrer, dá muito fruto. Estevão que o diga.
Assim como Abel, os profetas, o Mestre, os apóstolos e os dois profetas do Apocalipse, mortos em praça pública e ressuscitados publicamente, encarnando e ilustrando a mensagem completa do evangelho, os pregadores serão mortos primeiro, para exemplo e encarnação da mensagem: a vida e morte de Jesus Cristo, Filho de Deus, o Senhor.
Com a morte, a mensagem estaria completa. Perfeita.
Maravilhoso!...não sou digno de uma morte tão honrosa como esta.
Pr Julio Soder
6 comentários:
Infelizmente são pouquíssimos os "homens de Deus" que ostentam tal consciência de si mesmos...
...ao contrário disso, recheam-se de "autoridade espiritual", luxo, arrogância e pedância...
Mas, sempre há os remanescentes fiéis da Palavra... que mantém vivo o testemunho de Cristo!
abs Pr Julio
Thiago,
Pois é,
Os pregadores com quem trabalho são homens de dores e pagam um preço grande, juntando viciados nas ruas e internando-os e convivendo com eles e sem salário; não merecem serem colocados no mesmo saco.
Não posso aceitar calado o ódio da sociedade e principalmente do povo cristão sobre eles, mesmo sabendo que só o Senhor os recompensará.
Deram suas vidas para me recuperar das drogas; serviço que fazemos até hoje.
Um abraço.
Olá, Pr. Julio,
Muito boas as suas reflexões, pastor. A perseguição virá, os pregadores serão os primeiros da lista, e os falsos irmãos serão os primeiros a entregá-los.
Também gostei muito do artigo "Falar é fácil". Tem tanto sabidão nessa internet que eu fico me perguntando: "como é que esse país, com tantos cristãos cheios de conhecimento e autoridade, ainda não está totalmente prostrado aos pés do Senhor?"
'Misterium tremendum', não é mesmo?
Perseveremos no bom combate.
Obrigado pela visita, pelo apoio e pelo comentário.
Um fraterno abraço,
Edson Camargo
http://profetaurbano.blogspot.com
pr, sua argumentação que se dita e toma a máscara liberal está ficando cansativa.
verborragia, que se limita aos limitados.
abçs
andré
Querido Pr. Julio,
Graça, paz e bem!
De fato, não é fácil e muito menos para qualquer um ser um "legítimo" pregaro do evangelho. Felizmente, isso requer "encarnação", é deixar de ser apenas verbo e se tornar "verbo encarnado".
Tem sido muito dificil para mim, como jovem, universitário, aspirante a teólogo e (grande detalhe: pentecostal!rs)manter viva esta idéia. Infelizmente com o tempo, fui me habituando com a idéia, tal como o próprio pentecostalismo, de que um bom pregador é aquele que faz o povo chorar, glorificar e enfim entrar em polvorosa; contudo, tão demoradamente, aprendi que o Espírito já glorifica a Deus na pregação, e cabe a nós, servos apenas viver, vivenciar, experimentar o que pregamos e o que nos é pregado.
Ainda estou me acostumando com esta idéia de vivência da pragação, porém, garanto-lhe que tem sido dificil, principalmente quando descemos do pulpito e não percebemos algum "vestígio" de mudança.
Deus nos abençõe, enquanto pregadores.
Forte abraço!
Wilcomjc,
Exatamente: "O Espírito já glorifica a Deus na pregação".
Viver a palavra é morte, há rastros de suor e lágrimas e o semblante nem sempre está dos melhores. Dói muito...mas com certeza doeu muito mais nEle.
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